Doutor Estranho – Análise

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Eis então que o personagem mais psicodélico e místico da Marvel chega aos cinemas. Será que existe lugar para magia neste universo tecnológico dos cinemas?

A muito tempo atrás, no começo de sua jornada nos cinemas, a Marvel Studios, até então um estúdio pequeno que conseguiu reverberar seu nome na história com o grande sucesso do primeiro Homem de Ferro, apresentou pela primeira vez o universo cósmico para um público leigo em questão de quadrinhos.

A solução para explicar deuses, divindades e artefatos místicos? Mesclar o fantástico com o crível, o palpável, tornar aquilo que era fantasia em ciência. Explicar como que campos de força e pontes interestrelares eram nada mais que ciência avançadíssima e além do que conseguimos compreender.

Desde então, a mesma fórmula tem sido utilizada para tudo em seu universo dos cinemas, que deixou de lado o misticismo e tornou crível o impossível.

Doutor Estranho agora nos apresenta um novo nível deste universo, agora sim, confirmado como multiverso, repleto de dimensões paralelas, algumas amigáveis outras nem tanto, seus benefícios e seus perigos.

Somos apresentados ao doutor Stephen Strange, um cirurgião de sucesso que deixa seu ego acima de tudo e gosta de se gabar por ser um perito na medicina, porém após um grave acidente, suas mãos não são mais a mesma e o impedem de praticar a profissão que tanto ama.

Abalado, desacreditado e falido, pois gastou toda a sua fortuna em meios diferentes para tentar tornar suas mãos aquilo que um dia foram, ele então depois de conhecer um caso extraordinário em que uma pessoa recuperou os movimentos da perna após uma viagem para o Catmandu (capital do Nepal), parte para buscar a tão ansiada cura para seu problema.

Após conhecer o Ancião (Tilda Swinton), ele descobre a existência de magia (aqui apresentada como ciência avançadíssima) e que enquanto os Vingadores protegem o mundo de ameaças reais e físicas, uma liga de magos protege o mundo contra invasores de outras dimensões, partindo então para um treinamento para se tornar um feiticeiro.

O ponto alto do filme são as atuações, tanto de Benedict Cumberbatch como o dr. Stephen Strange quanto Tilda Swinton como o Ancião estão sublimes, contidos porém bem concentrados em seus papéis, ambos levam o filme nas costas, Chiwetel Ejiofor está muito bom como Mordo, porém, não tem tanto peso na trama além de fazer ponte para um próximo filme do Dr. Estranho.

Já Mads Mikkelsen sofre do mal de todo filme Marvel, é um vilão promissor, porém acaba sendo totalmente esquecível, especialmente na reviravolta da segunda metade do filme, sua motivação é razoável, mas lhe falta carisma, talvez se não houvesse uma revelação na metade do filme que desviasse a atenção de seu personagem, pudesse ser melhor aproveitado.

O visual do filme é incrível, o melhor de todos os filmes da Marvel até então, cheio de detalhes e com fotografia excelente, é fácil gostar dos ambientes em que foram rodadas as cenas, especialmente as de ação, onde temos o melhor uso de CG e a maior viagem psicodélica desde A Origem de Christopher Nolan além de ter uma excelente coreografia.

A trilha sonora é outro ponto positivo, misturando músicas atuais e remixadas com música sacra, as cenas são embaladas sempre por algo condizente e pesado, nos fazendo viajar junto do Dr. Estranho em suas aventuras.

O desfecho do filme tem a melhor forma de se enganar um vilão desde a derrota de Ronan em Guardiões da Galáxia e encerra com uma ponta muito clara sobre os vindouros filmes da Marvel e do que vai se tratar o próximo filme dos vingadores.

Dr. Estranho não surpreende na fórmula Marvel de se fazer filme, mas é muito bem feito mesmo não sendo surpreendente na sua história ou no seu desenvolvimento, com as melhores cenas de ação do universo até agora, conseguiu superar Capitão América: Soldado Invernal em tirar o fôlego durante as cenas, recomendo fortemente para aqueles que amam o universo Marvel dos cinemas que vão assistir em 3D, pois é o primeiro filme do estúdio em que o efeito faz toda a diferença na forma de se assistir.

Ps. O filme como tradição, possui 2 finais extra, o primeiro sendo muito relevante para o universo Marvel, o segundo apenas confirmando algo que os fãs de quadrinhos já sabiam.

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