Star Wars Battlefront – Análise

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O reboot que fez a série caír de nível.

Star Wars Battlefront é uma das séries mais incríveis do universo Star Wars, pois retratava as batalhas de forma incrível e até o momento de seu lançamento, nunca antes vista. O jogo era um shooter em terceira pessoa em que o jogador se tornava um membro do império ou da aliança rebelde e entrava em um campo de batalha gigante com objetivos diversos. Captura a bandeira, mata mata em equipe e dominação são apenas alguns dos diversos modos disponíveis. A jogabilidade era fácil e o jogador podia escolher entre diversas classes em que cada qual possui habilidades e armas diferentes, tornando a experiência do jogo em grupo bem divertida pois a habilidade de cada um fazia toda a diferença. Além disso, em alguns modos é possível dirigir máquinas e veículos gigantescos e no meio da partida heróis dos filmes se tornavam jogáveis, como Imperador, Darth Vader, Luke Skywalker, Han Solo, etc.

Os gráficos eram lindos para a época, tanto os cenários (especialmente os cenários espaciais) eram bem detalhados e fazem o jogador perceber a imensidão da guerra em que está envolvido e o som de John Williams completa o pacote. Claro que o jogo tinha seus problemas, especialmente jogando online (no PS2 ou no PC mesmo, o jogo apresenta diversos bugs), mas ainda assim, nada que atrapalhasse a emoção de se tornar parte de Star Wars.

Além da variedade de classes, o jogo possuía uma grande quantidade de mapas, baseados tanto na trilogia original, quanto a trilogia prequel dos anos 2000, e era praticamente impossível enjoar do jogo devido sua grande variedade de modos, mapas, classes e jogabilidade.

Mas tudo isso que mencionei acima ficou no passado longínquo e são poucas as características que o novo Star Wars Battlefront trouxe.

Já logo de início você precisa instalar o jogo. Até aí tudo bem, todos os jogos da nova geração exigem que você instale o mesmo na HD, e enquanto isso você joga uma fase no planeta gelado de Hoth. Comandando Darth Vader, você elimina inimigos enquanto aprende alguns comandos básicos do gameplay com heróis, onde cada qual possui 3 habilidades distintas, seja para escape, dano, defesa ou recuperação de vida.

Neste mesmo gameplay você percebe que a EA se esforçou muito para que Battlefront fosse o jogo mais bonito visualmente do PS4. Conseguiram perfeitamente. Tudo é detalhado ao extremo, desde personagens, cenários, veículos, tudo. Os desenvolvedores tiveram acesso a grande parte dos arquivos dos filmes originais e a sensação que se tem é que estamos dentro dos filmes enquanto jogamos, e a diferença entre PS4/XONE e PC é mínima.

A jogabilidade é juntamente dos gráficos, o ponto alto do game. O jogo permite visão em terceira ou primeira pessoa, o que faz com que os fãs do original se familiarizem com o sistema, enquanto fãs de FPS não vão se decepcionar em comandar seu Trooper. Os comandos de mira, granada e tiro ficam em locais comuns em jogos FPS enquanto as habilidades ficaram com os botões traseiros ou teclas adjacentes no pc. Assim como heróis , cada soldado tem direito a 3 cartas de habilidades personalizáveis conquistadas por compra com o “dinheiro” do jogo que podem dar ao jogador melhor tempo de resfriamento de blaster, granadas diferentes, armas diferentes, escudo corporal etc.

Sendo assim, você cria sua classe do jeito que achar melhor, com granadas extra, mochila de propulsão, tiro teleguiado, etc.

As armas são as mesmas para imperiais e rebeldes, sendo que o que diferencia um soldado do outro é basicamente sua aparência que também pode ser personalizada comprando a nova skin com dinheiro do jogo.

Em alguns mapas é possível coletar brasões especiais para comandar veículos, naves, jogar com heróis ou ganhar itens especiais, e é aí que o jogo começa a ficar um pouco sem graça.

Com este sistema, o brasão pode cair em qualquer lugar no mapa, e a grande maioria das vezes fica escondido, apenas quem presta muita atenção consegue localizar e utilizar o herói, nave etc. Diversas partidas vi jogadores seguindo reto seu caminho enquanto do seu lado embaixo de uma pilha de escombros havia um brasão esperando para ser coletado.

Uma vez coletado, você pode utilizar o herói ou o veículo até sua resistência acabar, ou então até alcançar o tempo limite (no caso do ataque dos walkers, ao comandar um AT-AT, você tem um limite de tempo e não de resistência ). Cada nave possui habilidades diferentes, assim como os heróis, mas em geral se trata de um dos seguintes: boost de velocidade, embaralhador de sinal (para bloquear inimigos de travar a mira em sua nave), escudo de proteção temporária, míssil de energia.

O multiplayer é divertido de se jogar com amigos, mas sozinho pode ser frustrante e algumas vezes tedioso.

São pouquíssimos mapas que o jogo possui, e embora tenha gráficos lindíssimos com trilha sonora magnífica original dos filmes e jogabilidade simples porém boa, a falta de diversidade nos cenários é algo que atrapalha e muito o game, pois algumas vezes você chega a jogar várias partidas seguidas no mesmo mapa. Isso aliado ao fato que as armas do jogo não possuem muita diferenciação uma da outra, faz com que em uma ou duas tardes jogando já tenha conferido 90% da experiência multiplayer.

O jogo por algum motivo obscuro (já que todas as desculpas da EA não convenceram ninguém) não possui modo campanha, apenas algumas missões que podem ser jogadas off-line, mas não possui o peso de uma linha histórica como os Battlefront anteriores possuíam. E não foi confirmado nem desmentido que haverá DLCs de campanha disponíveis futuramente.

Alguns jogadores tem se queixado da conexão fraca e difícil com o modo multiplayer devido ao game necessitar de uma conta EA para logar (além da sua conta na PSPLUS ou XBOX LIVE) nos consoles, alguns informando demora de 30 minutos ou mais para o jogo conseguir conectar ao servidor.

Outro ponto negativo é que o modo de heróis possui pouquíssimos heróis disponíveis, sendo 3 heróis da aliança rebelde e 3 do império.

E o último ponto é o preço do Season Pass que fez muitos jogadores (tanto no Brasil quanto em outros países) se revoltarem devido ao preço absurdo do valor cobrado, ainda mais pelo game ser tão simples e com tão pouco conteúdo.

Por fim, o hype criado pelos trailers e campanhas de Battlefront não compensaram a compra do game no seu lançamento, a sensação é de que a EA vendeu uma grande demo confiando no lucro do filme recém lançado “O despertar da força”, para que as vendas do jogo fossem alavancadas.

Vamos apenas agora aguardar os DLCs se valerão a pena, e quem sabe se num futuro próximo, farão uma versão completa com todo o conteúdo que deveria já estar no game desde o início, até lá muito obrigado, mas fique com os Battlefront originais que ao menos tem mais conteúdo e a diversão é garantida por mais tempo.

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