Anit_U.S.A
21-08-2003, 20:59:24
Ai tipo assim vo postar algumas coisa aqui:
Amazonia parte 1
PANORAMA INTERNACIONAL E GLOBALIZAÇÃO
Agora eu gostaria de colocar alguns fatos no plano político. Vejamos o panorama internacional e a sua implicação para a Amazônia. Com o fim da guerra fria e o surgimento de nova ordem mundial, resultando o desaparecimento da URSS, surgiu um único país hegemônico, os Estados Unidos, que passou a ser a única Super Potência. Acabou a bipolaridade, embora outros países sejam grandes potências. Com isso, nós que já sabemos que os Estados Unidos sempre tiveram grande atração para intervenções em países estrangeiros (é da sua política) eles estão hoje praticamente de mãos livres para conduzir ou para orientar intervenções. E estão na faixa amarela com relação à água potável, isto é, estarão em escassez no ano 2025).
O aspecto mais presente dessa nova ordem internacional é a chamada globalização, da qual dificilmente iríamos fugir já que fazemos parte da comunidade internacional. Temos, sem dúvida, que nos precaver e nos proteger evitando ser empolgados pelo processo que se tem mostrado cruel em todo o mundo. Hoje, dentro da globalização, soberania e autodeterminação são princípios que passam a ser desconsiderados paulatinamente.
Os chamados interesses coletivos da humanidade e o que é colocado como "interesses coletivos da humanidade" não passa de idéia vaga e difícil de entender. Para a Amazônia há, pelo menos, interesse na proteção de direitos humanos, na preservação do meio-ambiente, no combate ao crime organizado e ao narcotráfico. Tais assuntos, no processo globalizante, vêm gerando tensões no relacionamento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Anteriormente a bipolaridade mantinha o equilíbrio que hoje não está havendo, e a livre competição, que é a base da globalização, tem aumentado entre países ricos e pobres e dentro dos próprios países. É uma característica geral de todos os países que se abriram sem estar preparados para isso. O princípio da não intervenção vem sendo posto de lado e isso é um aspecto que nos preocupa muito na Amazônia.
Intervenções armadas como tendência da próxima década devem ser crescentes, sem o patrocínio no Conselho de Segurança da ONU. Infelizmente, como prova de que é assim, há cerca de uns 15 dias todos os jornais estamparam palavras do Presidente Clinton segundo as quais, quando necessário, quando não houver concordância dos interesses da nação americana com os da ONU, ela intervirá sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Nesta década e na próxima muitas pressões se fizeram e se farão sentir, aproveitando casos de narcotráfico, incêndios na floresta e outros motivos, verdadeiros balões de ensaio para tentar nos arrastar para uma intervenção solicitada ou armada que devemos evitar. Um grande incêndio aconteceu em Roraima. Conseguimos com muita dificuldade evitar cooperação estrangeira. Havia pressão para que nós recebêssemos contingentes internacionais. Mas sozinhos controlamos o incêndio. Mas o incêndio virou "uma preocupação" ou motivo forte para colocar o pé na Amazônia . Tivemos que engolir ou deglutir a presença argentina em Roraima. Os nossos ministros nada sabiam. Não houve entendimento de Presidente a Presidente e quando nós descobrimos já estavam voando! Chegaram em Roraima com pequeno contingente mal equipado, mas que fez a sua ação de presença: "eu ajudei a apagar o fogo de Roraima" , gostariam de dizer. Imigração ilegal não nos preocupa, terrorismo internacional ainda não nos preocupa muito; mas proteção de comunidades indígenas é uma grande preocupação e nós já temos esse problema; além disso nós temos a destruição de florestas; nós temos o narcotráfico que pode até dar motivos e justificativas de intervenção. E o emprego do Poder Militar, que sempre foi uma ferramenta na política, nas últimas intervenções, tem sido a própria política. Crescendo, porque tem exatamente substituído a política nestas últimas intervenções. E como Poder Militar está sendo aplicado. Voltando à crise dos mísseis cubanos, aquela quarentena que foi imposta a Cuba e mais recentemente nas Malvinas, levou à criação das chamadas "zonas de exclusão". Na guerra do Golfo, a "zona de exclusão" do Iraque, que até hoje perdura, impõe 2 zonas que não podem ser sobrevoadas por seus próprios aviões.
PRINCIPAIS AMEAÇAS SOBRE A AMAZÔNIA
- Convencimento da opinião pública internacional de que as questões existentes na Amazônia são do interesse da humanidade.
- Outras ameaças sobre o Brasil e a Amazònia:
Na Amazônia primeiramente a questão ambiental é um problema. Não é exagero o que nós vemos publicado nos jornais, está muito longe do exagero, mas de qualquer forma é uma preocupação que temos que tomar cuidado. Eu gostaria de chamar atenção para os 7 corredores ecológicos que acredito muito poucos conheçam porque têm sido pouco divulgados. O assunto está hoje em estudo no IBAMA, com grande chance de ser aprovado, e com o dedo direto de ONGs (Organizações Não Governamentais), que comandam este processo. O Brasil foi dividido em 7 corredores ecológicos, dos quais 2 estão na mata atlântica; 5 estão na Amazônia, imensos corredores. São áreas preservadas, "Áreas de Proteção Ambientai" - APAs - onde o Poder público não vai poder conduzir atividades econômicas: estão em transformação ou irão transformar-se em verdadeiros santuários. E então perguntamos: os corredores ecológicos atendem ao interesse nacional ? Só o do centro é maior do que a Grã-Bretanha; os cinco na Amazônia perfazem 30% da área. De proteção ambiental, várias delas realmente necessitam ser criadas, mas vejam que os corredores ecológicos ampliam todas essas áreas e criam novas áreas visando a mantê-las como santuário .
A questão indígena, em face de algumas perguntas que nós acreditávamos que já estavam respondidas, voltou à ordem do dia - integrar ou segregar o índio ? Até há poucos anos a política era de integração, e foi essa política que vigorou ao longo da história do Brasil. Nós nos orgulhamos de sermos formados de uma mistura, uma mescla de povos de 3 raças; sempre nos orgulhamos disso, porque houve sempre a integração. Hoje há tendência de segregar o índio, a pretexto de preservar a sua cultura, manter uma janela, mantê-lo numa vitrina é mais ou menos a linha da FUNAI. Isso ainda está se discutindo: que extensão deve ter uma terra indígena, por que a área ianomâmi é tão grande ? Por que a área do alto Rio Negro dos tucanos é enorme ? Quais os critérios para demarcar uma reserva indígena ? São questões ainda não respondidas. E, por que não são respondidas ? Eu lhes asseguro, sem medo de errar: sentimos, pela vivência na Amazônia, a pressão enorme de Organizações Não Governamentais, para que não se chegue a uma decisão. Ainda no tocante ao índio e à preservação do meio ambiente, as ONGs têm um papel exageradamente acentuado quanto a explorar ou não as riquezas de uma terra indígena.
A Constituição de 88 diz que as áreas muito grandes podem ser exploradas, mas declaram que isso precisa ser regulamentado. A regulamentação até agora não existe, embora o assunto esteja sendo discutido objetivamente no Congresso Nacional. Vários senadores e deputados, sentindo o problema, mudam muito a sua maneira de pensar. Um deles era o presidente da Comissão de Meio Ambiente, e com toda a pressão que sofre sobre o assunto: (permitir ou não exploração de riquezas em terras indígenas), mostrou que encara o prob1ema favoravelmente à exploração. Só para nós termos uma idéia, no território nacional, 11% são terras indígenas; 83% de todas as terras indígenas estão na Amazônia. Aí nós temos 144 mil índios, de um total de 326 mil existentes no País. A população indígena no Brasil é pouco mais de 1% de nossa população, mas estes 1% dispõem de 11°% do território. É muito importante para nós vermos a influência de terras indígenas nos Estados. No Acre, no Amapá e no Tocantins é muito pequena. No Amazonas 21% do Estado são terras indígenas; praticamente 20% do Pará são terras indígenas e Roraima não existe como Estado. Está inviabilizado, como unidade federativa de direito e de fato, porque somente em terras indígenas tem quase 58% de seu território. Agregando as áreas preservadas (áreas de proteção ambiental), sobra pouquíssimo para o Estado conduzir uma atividade econômica. A tendência é piorar. No momento nós estamos com um conflito muito grande na área do Iurabutã que é bem lá ao norte junto com a fronteira da Guiana, onde pretendem transformar várias áreas isoladas em uma só. Os políticos de Roraima, a começar pelo governador, estão lutando tenazmente contra tal tendência. As áreas indígenas constituem, na Amazônia um conjunto maior que Portugal, Espanha, Alemanha, Bélgica e Majorca. A FUNAI e outras organizações ligadas ao problema índio na Amazônia, cada uma vê seu problema isoladamente.
O Poder público, seja federal, seja estadual, terá sempre muitas limitações para conduzir atividades sócio-econômicas, e não há como integrar a Amazônia sem conduzir atividades sócio-econômicas. O que desejam os 7G (sete grandes) e as ONGs é que a Amazônia seja preservada exatamente como ela está; não se derrube uma árvore, não se mate um jacaré (crime inafiançável), e permaneça como patrimônio da humanidade ! É nossa grande preocupação, essa expressão chamada "patrimônio da humanidade". Ela está consolidando cada vez mais, a nível internacional, a cobiça e a tendência à intervenção.
Nós fizemos um jogo, sobrepondo diversas áreas para vermos o problema corno um todo. Começamos com os corredores ecológicos na Amazônia, em número de cinco, sobre eles jogando-se as Áreas de Proteção Ambiental verifica-se que a maioria delas cai nos corredores, só que os corredores ampliam enormemente essas áreas e criaram locais onde não existiam áreas de proteção ambiental; sobre elas joguemos as reservas indígenas e as terras indígenas. Ver-se-á então o que sobrou da Amazônia. Eu gostaria de destacar que no quadro atual já se formou um corredor de isolamento ao longo da nossa fronteira, e o Estado pouco vai chegar aí, porque quem domina, quem comanda, e exerce pressão em cima disso, são Organizações Não Governamentais. E o pobre índio é o homem essencialmente rnanobrado, seja por um lado seja pelo outro. A Constituição determina que tenhamos uma faixa de 150 quilômetros ao longo da fronteira e tudo isso está sendo observado ( muito mais do que 150 km de largura na fronteira já temos nesse corredor que está se formando). Quando nós jogamos as reservas minerais conhecidas em cima das áreas de restrição verificamos que elas não estão sempre em cima dessas áreas supostas intocáveis. Qual a razão ? Porque não há interesse em que nós sejamos parceiro eficiente na produção de minérios a nível internacional. Se entrarmos com o nosso enorme potencial iremos baixar preços, competir ("congelamento" independente de nossa vontade, mas um congelamento de fato, a nível internacional, dos nossos recursos). Na região dos 6 lagos temos a maior reserva de nióbio do mundo, o mineral do próximo século. São 90% das reservas conhecidas de nióbio do mundo e nós não o podemos explorar !! Em Carajás e Urucu, as pressões demográficas são mais que óbvias. Logo após a Guerra de Secessão americana, foi feita nova proposta ao Imperador Pedro II para que permitisse que excedentes populacionais fossem aceitos na Amazônia. Proposta também feita a Jânio Quadros para aceitar considerável contingente de indianos. Entre Palmeira do Javari e Assis Brasil são 1.470 km, um absoluto vazio sem qualquer presença do Estado. Entre Bonfim e Clevelândia são 1.600 km, e ali também o govemo não está presente.
Suriname e Guiana estão sob forte influência do narcotráfico e não temos o mínimo domínio sobre essas áreas. O narcotráfico amplia a sua ação na Amazônia e cada vez mais nós sentimos preocupação maior com isso nessas principais vias que estão na Bolïvia em direção à 364, e no Peru. Preocupação grande nos traz a Colômbia, a grande produtora. Nosso País ë passagem para Europa ou para os Estados Unidos. No Peru não são indícios, são fatos comprovados. Estamos atuando há 6 meses nessa área de infiltração de colunas peruanas por onde os traficantes permeiam o terntório brasileiro mais de 100 km pegando igarapés, seguem o rio Jaquirana, vâo ao Javari e vão até Tabatinga, entrando daí no trapézio colombiano onde a droga é refinada. São áreas potenciais de conflito já existentes hoje na Amazônia. Nós estamos patrulhando a nossa área e se encontrarmos guerrilheiros haverá reações, embora eles tenham procurado evitar contato conosco. Onde a Policia Federal exerce uma boa ação, é na região de Tabatinga; a partir daí ela é, em toda a região, muito carente.
O garimpo é outro problema, em particular pelo seu ataque ao meio ambiente.
A questão fundiária é um problema menos sério, mas nós temos um barril de pólvora na região de Paraopeba e na de Eldorado dos Carajás. Em Machadinho do Oeste, área que a imprensa tem hoje vigiado bastante, estaria operando o movimento chamado LOC (ligas operárias camponesas) com intervenção estrangeira. Estamos em cima dos fatos; achamos que há algum exagero, mas há um movimento estrangeiro na Amazônia, absolutamente sem controle.
Há uns quinze dias atrás foi preso um russo em Vila Bittencourt; que diabo um russo ia fazer em Vila Bittencourt ? Absolutamente irregular, há um mês e pouco atrás foi preso um avião, "Interfer", todo equipado, ultramoderno, fotografando todo território nacional sem permissão para sobrevoar. Enfim as fronteiras são fronteiras, são abertas; eles vêm da Colômbia para cá sem exigência de um documento, entram na Guiana, entram no Suriname, ninguém pede documento, nem colombianos nem brasileiros.
AMAZÔNIA E A COBIÇA INTERNACIONAL
Falemos um pouco sobre a "Amazônia, cobiça internacional", e daremos início com a indagação: realidade ou fantasia ? Muitos acham que é uma fantasia, que nós estamos vendo a situação muito mais grave do que na realidade é. Infelizmente não pensamos assim. Fatos concretos têm acontecido neste século. Pesquisas históricas que conduzimos revelaram recomendação do chanceler alemão ao Barão do Rio Branco, já no início do século, "que seria conveniente que o Brasil não privasse o mundo das riquezas naturais da Amazônia". Por que não Rio Grande do Sul, por que não Mato Grosso, por que não Minas Gerais ? É que a preocupação da cabeça dessa gente está na Amazônia. O Conselho Indigenista Missionário e as diretrizes do CIME, são muito conhecidas. Vou enfatizar uma expressão corrente com o seguinte teor:
Amazonia parte 1
PANORAMA INTERNACIONAL E GLOBALIZAÇÃO
Agora eu gostaria de colocar alguns fatos no plano político. Vejamos o panorama internacional e a sua implicação para a Amazônia. Com o fim da guerra fria e o surgimento de nova ordem mundial, resultando o desaparecimento da URSS, surgiu um único país hegemônico, os Estados Unidos, que passou a ser a única Super Potência. Acabou a bipolaridade, embora outros países sejam grandes potências. Com isso, nós que já sabemos que os Estados Unidos sempre tiveram grande atração para intervenções em países estrangeiros (é da sua política) eles estão hoje praticamente de mãos livres para conduzir ou para orientar intervenções. E estão na faixa amarela com relação à água potável, isto é, estarão em escassez no ano 2025).
O aspecto mais presente dessa nova ordem internacional é a chamada globalização, da qual dificilmente iríamos fugir já que fazemos parte da comunidade internacional. Temos, sem dúvida, que nos precaver e nos proteger evitando ser empolgados pelo processo que se tem mostrado cruel em todo o mundo. Hoje, dentro da globalização, soberania e autodeterminação são princípios que passam a ser desconsiderados paulatinamente.
Os chamados interesses coletivos da humanidade e o que é colocado como "interesses coletivos da humanidade" não passa de idéia vaga e difícil de entender. Para a Amazônia há, pelo menos, interesse na proteção de direitos humanos, na preservação do meio-ambiente, no combate ao crime organizado e ao narcotráfico. Tais assuntos, no processo globalizante, vêm gerando tensões no relacionamento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Anteriormente a bipolaridade mantinha o equilíbrio que hoje não está havendo, e a livre competição, que é a base da globalização, tem aumentado entre países ricos e pobres e dentro dos próprios países. É uma característica geral de todos os países que se abriram sem estar preparados para isso. O princípio da não intervenção vem sendo posto de lado e isso é um aspecto que nos preocupa muito na Amazônia.
Intervenções armadas como tendência da próxima década devem ser crescentes, sem o patrocínio no Conselho de Segurança da ONU. Infelizmente, como prova de que é assim, há cerca de uns 15 dias todos os jornais estamparam palavras do Presidente Clinton segundo as quais, quando necessário, quando não houver concordância dos interesses da nação americana com os da ONU, ela intervirá sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Nesta década e na próxima muitas pressões se fizeram e se farão sentir, aproveitando casos de narcotráfico, incêndios na floresta e outros motivos, verdadeiros balões de ensaio para tentar nos arrastar para uma intervenção solicitada ou armada que devemos evitar. Um grande incêndio aconteceu em Roraima. Conseguimos com muita dificuldade evitar cooperação estrangeira. Havia pressão para que nós recebêssemos contingentes internacionais. Mas sozinhos controlamos o incêndio. Mas o incêndio virou "uma preocupação" ou motivo forte para colocar o pé na Amazônia . Tivemos que engolir ou deglutir a presença argentina em Roraima. Os nossos ministros nada sabiam. Não houve entendimento de Presidente a Presidente e quando nós descobrimos já estavam voando! Chegaram em Roraima com pequeno contingente mal equipado, mas que fez a sua ação de presença: "eu ajudei a apagar o fogo de Roraima" , gostariam de dizer. Imigração ilegal não nos preocupa, terrorismo internacional ainda não nos preocupa muito; mas proteção de comunidades indígenas é uma grande preocupação e nós já temos esse problema; além disso nós temos a destruição de florestas; nós temos o narcotráfico que pode até dar motivos e justificativas de intervenção. E o emprego do Poder Militar, que sempre foi uma ferramenta na política, nas últimas intervenções, tem sido a própria política. Crescendo, porque tem exatamente substituído a política nestas últimas intervenções. E como Poder Militar está sendo aplicado. Voltando à crise dos mísseis cubanos, aquela quarentena que foi imposta a Cuba e mais recentemente nas Malvinas, levou à criação das chamadas "zonas de exclusão". Na guerra do Golfo, a "zona de exclusão" do Iraque, que até hoje perdura, impõe 2 zonas que não podem ser sobrevoadas por seus próprios aviões.
PRINCIPAIS AMEAÇAS SOBRE A AMAZÔNIA
- Convencimento da opinião pública internacional de que as questões existentes na Amazônia são do interesse da humanidade.
- Outras ameaças sobre o Brasil e a Amazònia:
Na Amazônia primeiramente a questão ambiental é um problema. Não é exagero o que nós vemos publicado nos jornais, está muito longe do exagero, mas de qualquer forma é uma preocupação que temos que tomar cuidado. Eu gostaria de chamar atenção para os 7 corredores ecológicos que acredito muito poucos conheçam porque têm sido pouco divulgados. O assunto está hoje em estudo no IBAMA, com grande chance de ser aprovado, e com o dedo direto de ONGs (Organizações Não Governamentais), que comandam este processo. O Brasil foi dividido em 7 corredores ecológicos, dos quais 2 estão na mata atlântica; 5 estão na Amazônia, imensos corredores. São áreas preservadas, "Áreas de Proteção Ambientai" - APAs - onde o Poder público não vai poder conduzir atividades econômicas: estão em transformação ou irão transformar-se em verdadeiros santuários. E então perguntamos: os corredores ecológicos atendem ao interesse nacional ? Só o do centro é maior do que a Grã-Bretanha; os cinco na Amazônia perfazem 30% da área. De proteção ambiental, várias delas realmente necessitam ser criadas, mas vejam que os corredores ecológicos ampliam todas essas áreas e criam novas áreas visando a mantê-las como santuário .
A questão indígena, em face de algumas perguntas que nós acreditávamos que já estavam respondidas, voltou à ordem do dia - integrar ou segregar o índio ? Até há poucos anos a política era de integração, e foi essa política que vigorou ao longo da história do Brasil. Nós nos orgulhamos de sermos formados de uma mistura, uma mescla de povos de 3 raças; sempre nos orgulhamos disso, porque houve sempre a integração. Hoje há tendência de segregar o índio, a pretexto de preservar a sua cultura, manter uma janela, mantê-lo numa vitrina é mais ou menos a linha da FUNAI. Isso ainda está se discutindo: que extensão deve ter uma terra indígena, por que a área ianomâmi é tão grande ? Por que a área do alto Rio Negro dos tucanos é enorme ? Quais os critérios para demarcar uma reserva indígena ? São questões ainda não respondidas. E, por que não são respondidas ? Eu lhes asseguro, sem medo de errar: sentimos, pela vivência na Amazônia, a pressão enorme de Organizações Não Governamentais, para que não se chegue a uma decisão. Ainda no tocante ao índio e à preservação do meio ambiente, as ONGs têm um papel exageradamente acentuado quanto a explorar ou não as riquezas de uma terra indígena.
A Constituição de 88 diz que as áreas muito grandes podem ser exploradas, mas declaram que isso precisa ser regulamentado. A regulamentação até agora não existe, embora o assunto esteja sendo discutido objetivamente no Congresso Nacional. Vários senadores e deputados, sentindo o problema, mudam muito a sua maneira de pensar. Um deles era o presidente da Comissão de Meio Ambiente, e com toda a pressão que sofre sobre o assunto: (permitir ou não exploração de riquezas em terras indígenas), mostrou que encara o prob1ema favoravelmente à exploração. Só para nós termos uma idéia, no território nacional, 11% são terras indígenas; 83% de todas as terras indígenas estão na Amazônia. Aí nós temos 144 mil índios, de um total de 326 mil existentes no País. A população indígena no Brasil é pouco mais de 1% de nossa população, mas estes 1% dispõem de 11°% do território. É muito importante para nós vermos a influência de terras indígenas nos Estados. No Acre, no Amapá e no Tocantins é muito pequena. No Amazonas 21% do Estado são terras indígenas; praticamente 20% do Pará são terras indígenas e Roraima não existe como Estado. Está inviabilizado, como unidade federativa de direito e de fato, porque somente em terras indígenas tem quase 58% de seu território. Agregando as áreas preservadas (áreas de proteção ambiental), sobra pouquíssimo para o Estado conduzir uma atividade econômica. A tendência é piorar. No momento nós estamos com um conflito muito grande na área do Iurabutã que é bem lá ao norte junto com a fronteira da Guiana, onde pretendem transformar várias áreas isoladas em uma só. Os políticos de Roraima, a começar pelo governador, estão lutando tenazmente contra tal tendência. As áreas indígenas constituem, na Amazônia um conjunto maior que Portugal, Espanha, Alemanha, Bélgica e Majorca. A FUNAI e outras organizações ligadas ao problema índio na Amazônia, cada uma vê seu problema isoladamente.
O Poder público, seja federal, seja estadual, terá sempre muitas limitações para conduzir atividades sócio-econômicas, e não há como integrar a Amazônia sem conduzir atividades sócio-econômicas. O que desejam os 7G (sete grandes) e as ONGs é que a Amazônia seja preservada exatamente como ela está; não se derrube uma árvore, não se mate um jacaré (crime inafiançável), e permaneça como patrimônio da humanidade ! É nossa grande preocupação, essa expressão chamada "patrimônio da humanidade". Ela está consolidando cada vez mais, a nível internacional, a cobiça e a tendência à intervenção.
Nós fizemos um jogo, sobrepondo diversas áreas para vermos o problema corno um todo. Começamos com os corredores ecológicos na Amazônia, em número de cinco, sobre eles jogando-se as Áreas de Proteção Ambiental verifica-se que a maioria delas cai nos corredores, só que os corredores ampliam enormemente essas áreas e criaram locais onde não existiam áreas de proteção ambiental; sobre elas joguemos as reservas indígenas e as terras indígenas. Ver-se-á então o que sobrou da Amazônia. Eu gostaria de destacar que no quadro atual já se formou um corredor de isolamento ao longo da nossa fronteira, e o Estado pouco vai chegar aí, porque quem domina, quem comanda, e exerce pressão em cima disso, são Organizações Não Governamentais. E o pobre índio é o homem essencialmente rnanobrado, seja por um lado seja pelo outro. A Constituição determina que tenhamos uma faixa de 150 quilômetros ao longo da fronteira e tudo isso está sendo observado ( muito mais do que 150 km de largura na fronteira já temos nesse corredor que está se formando). Quando nós jogamos as reservas minerais conhecidas em cima das áreas de restrição verificamos que elas não estão sempre em cima dessas áreas supostas intocáveis. Qual a razão ? Porque não há interesse em que nós sejamos parceiro eficiente na produção de minérios a nível internacional. Se entrarmos com o nosso enorme potencial iremos baixar preços, competir ("congelamento" independente de nossa vontade, mas um congelamento de fato, a nível internacional, dos nossos recursos). Na região dos 6 lagos temos a maior reserva de nióbio do mundo, o mineral do próximo século. São 90% das reservas conhecidas de nióbio do mundo e nós não o podemos explorar !! Em Carajás e Urucu, as pressões demográficas são mais que óbvias. Logo após a Guerra de Secessão americana, foi feita nova proposta ao Imperador Pedro II para que permitisse que excedentes populacionais fossem aceitos na Amazônia. Proposta também feita a Jânio Quadros para aceitar considerável contingente de indianos. Entre Palmeira do Javari e Assis Brasil são 1.470 km, um absoluto vazio sem qualquer presença do Estado. Entre Bonfim e Clevelândia são 1.600 km, e ali também o govemo não está presente.
Suriname e Guiana estão sob forte influência do narcotráfico e não temos o mínimo domínio sobre essas áreas. O narcotráfico amplia a sua ação na Amazônia e cada vez mais nós sentimos preocupação maior com isso nessas principais vias que estão na Bolïvia em direção à 364, e no Peru. Preocupação grande nos traz a Colômbia, a grande produtora. Nosso País ë passagem para Europa ou para os Estados Unidos. No Peru não são indícios, são fatos comprovados. Estamos atuando há 6 meses nessa área de infiltração de colunas peruanas por onde os traficantes permeiam o terntório brasileiro mais de 100 km pegando igarapés, seguem o rio Jaquirana, vâo ao Javari e vão até Tabatinga, entrando daí no trapézio colombiano onde a droga é refinada. São áreas potenciais de conflito já existentes hoje na Amazônia. Nós estamos patrulhando a nossa área e se encontrarmos guerrilheiros haverá reações, embora eles tenham procurado evitar contato conosco. Onde a Policia Federal exerce uma boa ação, é na região de Tabatinga; a partir daí ela é, em toda a região, muito carente.
O garimpo é outro problema, em particular pelo seu ataque ao meio ambiente.
A questão fundiária é um problema menos sério, mas nós temos um barril de pólvora na região de Paraopeba e na de Eldorado dos Carajás. Em Machadinho do Oeste, área que a imprensa tem hoje vigiado bastante, estaria operando o movimento chamado LOC (ligas operárias camponesas) com intervenção estrangeira. Estamos em cima dos fatos; achamos que há algum exagero, mas há um movimento estrangeiro na Amazônia, absolutamente sem controle.
Há uns quinze dias atrás foi preso um russo em Vila Bittencourt; que diabo um russo ia fazer em Vila Bittencourt ? Absolutamente irregular, há um mês e pouco atrás foi preso um avião, "Interfer", todo equipado, ultramoderno, fotografando todo território nacional sem permissão para sobrevoar. Enfim as fronteiras são fronteiras, são abertas; eles vêm da Colômbia para cá sem exigência de um documento, entram na Guiana, entram no Suriname, ninguém pede documento, nem colombianos nem brasileiros.
AMAZÔNIA E A COBIÇA INTERNACIONAL
Falemos um pouco sobre a "Amazônia, cobiça internacional", e daremos início com a indagação: realidade ou fantasia ? Muitos acham que é uma fantasia, que nós estamos vendo a situação muito mais grave do que na realidade é. Infelizmente não pensamos assim. Fatos concretos têm acontecido neste século. Pesquisas históricas que conduzimos revelaram recomendação do chanceler alemão ao Barão do Rio Branco, já no início do século, "que seria conveniente que o Brasil não privasse o mundo das riquezas naturais da Amazônia". Por que não Rio Grande do Sul, por que não Mato Grosso, por que não Minas Gerais ? É que a preocupação da cabeça dessa gente está na Amazônia. O Conselho Indigenista Missionário e as diretrizes do CIME, são muito conhecidas. Vou enfatizar uma expressão corrente com o seguinte teor: