PDA

View Full Version : Album Review - Siamese Dream - Smashing Pumpkins



ChAnWaY
17-02-2004, 13:30:48
http://www.dyingdays.net/Smashing_Pumpkins/1993_Siamese_Dream.jpg

Nota: *****

Atemporalidade. Adolescência. "Angst".
Este disco foi o que consagrou o grupo Smashing Pumpkins para um público cada vez maior. E, assim, foi o propulsor para que eles enfrentassem sua gravadora e lançassem "o" disco duplo depois, o Mellon Collie and the Infinite Sadness.



Siamese Dream começa com a Cherub Rock e seus barulhinhos e bateria - que ainda vão preencher boa parte do disco - e já com uma crítica ácida a algumas pessoas que cercam Billy (almighty) Corgan, o líder-ditador da banda. Na mesma levada entra Quiet. Pode-se sentir muito dessa insatisfação desconcertante por todos os momentos do álbum, desde aqueles em que são empunhadas guitarras com maestria até naqueles que nos embalam em canções de ninar.

Logo depois vem o famoso comecinho de Today. "Today is the greatest day I've ever known", insiste a música, de maneira luizfernandoverissímica, supondo que existe alguém do outro lado com inteligência suficiente para capturar a ironia. A sacada é procurar o espírito da música na música sem letra.

Hummer e Rocket enveredam-se na numa trilha um pouco menos feroz do que a das duas primeiras faixas e então... eis que surgem violinozinhos e sininhos na Disarm! Ela claramente remete à infância conturbada de Corgan, mas pode servir a cada um a seu bel prazer (como sempre se pode fazer com qualquer manifestação artística ou vir-a-ser-símbolo).

Soma e Mayonaise são intercaladas pela explosiva Geek U.S.A. Enquanto Soma é obviamente uma lamentação por causa de um "fim de um relacionamento" e Mayonaise é uma das mais seriamanete aclamadas piadinhas niilistas de Billy & Co (a começar pelo título retirado diretamete da geladeira), Geek U.S.A. exige de novo um senso apurado de percepção. Não se pode deixar de notar em Soma e Mayonaise o dedo de James Iha, o figurante mais importante da banda - até onde o seu mestre deixou, claro.

Chega a nostálgica Spaceboy com toda sua historinha. Ela foi dedicada ao irmão do Billy que tinha alguma doença mental. O próprio Billy declarou isto numa entrevista, e a partir daí passaram a se referir à Spaceboy como "a música para seu irmão retardado mental". Sem poder esquecer esse infeliz episódio, Corgan nunca mais quis explicar (a sério) o significado de nenhuma letra.

Silverfuck entra nos seus primeiros minutos alucinantes e - por fim - a rendenção, a conformação.

Segue Sweet Sweet, muito doce, e, ao mesmo tempo, com a mesma temática quase ressentida e amarga que perspassa todo o disco. Para fechar, na seqüência mais linda de todo o álbum, Luna, uma declaração de amor bem meiga e singela, o final mais feliz que um Siamese Dream poderia almejar.

Enfim, enverede-se nesta aventura inesquecível de um disco coeso na temática mas que já demonstra os sinais do ecletismo experimentado (com perfeição) no disco seguinte da trupe... Ouça os instrumentos (segundo reza a lenda, tocados por um homem só) se misturarem à sua vida.


Natalia Vale Asari
2002


>> ver também o review de Jonas Lopes (http://www.dyingdays.net/Smashing_Pumpkins/Review_Siamese_Dream2.html)





by: Dyingdays.net

===========

Pra mim é um dos albuns de rock + fodões de toda a história!

[]´s

ChAnWaY
17-02-2004, 18:23:21
reviews de outros sites

Amazon.com -> 5/5
Epinions.com -> 5/5
Target.com -> 4.5/5
MSN Entertaiment -> 4.7/5

CesarDRK
20-02-2004, 01:10:24
Com certeza esse album eh mto bom... mas pra mim, o melhor album de rock (na verdade eh punk rock, mas ta na briga) eh o Dookie do Green Day... ñ tem pra ng...

Review:

http://img.epinions.com/images/opti/60/89/106842.jpg

Green Day Drops a Dookie On the Rock World
Oct 12 '03 (Updated Oct 12 '03)

Author's Product Rating
***** (5/5)

-Pros
Some of the catchiest punk rock ever

-Cons
:::

The Bottom Line
Have you taken your Dookie today?


Full Review
--------------
California punk trio Green Day made a huge (and muddy) splash at Woodstock '94, gaining the attention of millions. Their famous mudfight was only part of what propelled Green Day and their major label debut Dookie to the mainstream - the album itself was pretty damn good.

In the mid 1990s, with grunge fading, kids were looking for a new soundtrack to angst and rebellion, and they found it in punk rock. Green Day took the helm of the punk popularity ride thanks to their edgy, snotty, and above all catchy music. Green Day's fame came at a price, as they were shunned by old fans who labeled the band sellouts. But the band persisted because reaching the largest audience possible was a goal they had set, and they weren't letting anything take that away.


Green Day is often labeled a "pop punk" band. While that is warranted due to their catchiness, people need to remember that pop punk can still have attitude. If punk's not supposed to be catchy, then the Ramones must be the worst punk band ever. I hate to sound like the Onion's '90s punk who decries punks of today, but Green Day did not whine about break-ups and other tortures of being thirteen. Dookie's themes include weed, hookers, paranoia, masturbation, and dynamite. Punks? I'd say so.

Dookie opens with a song called Burnout and the line "I declare I don't care no more." More than just a lyric, this was a declaration that the slacker attitude was alive and well, just in a new form. Green Day appeals to youths frustrated by social limitations on songs such as She, probably the least noticed single yet still a very good one: "She screams in silence/ A sullen riot penetrating through her mind/...Are you locked up in a world that's been planned out for you?" Sassafras Roots calls for those disaffected youths to band together in their isolation: "I'm a waste like you/ With nothing else to do/ May I waste your time too?"

The song that most prominently reaches out to those suffering from a lack of motivation is Longview. It's recognizable, low-key bassline provides a nice background to boredom as Billie Joe Armstrong describes loathing his own laziness but not being able to overcome it. The soft verses lead to a rocking chorus about pounding the flounder: "I bite my lip and close my eyes/ Take me away to paradise/ I'm so damn bored I'm going blind."

While Longview turned out to be a huge hit, Dookie produced several other smashes. The two biggest being Basketcase and When I Come Around. The first is a fast, power-chord-driven tale of a guy who thinks he's going insane. The second is medium-paced, more power pop than punk. It's very catchy and thoughtful with great instrumentation. Despite being less of a punk tune than most of the others, When I Come Around is one of the album's strongest. Welcome to Paradise, however, should not be discounted. Also one of their best singles, they use intense guitar and drum work and clever lyrics to describe getting used to living on your own for the first time.

These singles are surrounded by lots of fast, punchy numbers. Chump, Emenius Sleepus, Coming Clean, and In the End combine the catchiness of the rest of the album with the to-the-pointedness of its follow-up Insomniac to express messages of both introspection and contempt. They are short enough to be considered filler, but they are all done so well that they enhance the album rather than fill it up.

Green Day often uses dark humor to express anger in a fun way. Probably the most fun is Pulling Teeth, the album's catchiest tune in which they tell of an abusive relationship in which a guy constantly gets beat by his girlfriend: "I'm all busted up/ Broken bones and nasty cuts/ Accidents will happen but this time I can't get up." Having a Blast is about a dynamite-packing nutjob: "I'm Taking all you down with me/ Explosives duct taped to my spine/ Nothing's gonna change my mind."

Closing track F.O.D. is one of the album's biggest standouts. It starts with soft, acoustic verses in which Billie Joe proclaims "Let's nuke the bridge we torched 2,000 times before/ This time we'll blast it all to hell." It then explodes into the hardest piece of rock on the album. The instruments blast forth with maximum aggression as the band re-sings the chorus but with added lines telling the recipient of the message to "F*ck Off and Die."


Dookie not only helped bring punk rock to the masses, but it also proved to be an album that would come to define one part of '90s rock. Several classic tunes came off this album, but the entire thing is worth owning. You might say Green Day is not genuine punk. To that I say "F.O.D."

Recommended
Yes

youthanasia
24-02-2004, 01:13:16
Credo, viajou ein? Smashing e Green Day não tem nada a ver um com o outro... Estilos completamente diferentes, não tem nem como comparar.

Smashing Pumpkins detona, pena que essa banda nova do... (como era o nome do vocalista mesmo?) é uma droga.

ChAnWaY
26-02-2004, 21:06:42
Originalmente enviada por tuLiO
Credo, viajou ein? Smashing e Green Day não tem nada a ver um com o outro... Estilos completamente diferentes, não tem nem como comparar.

Smashing Pumpkins detona, pena que essa banda nova do... (como era o nome do vocalista mesmo?) é uma droga.

Ae tulio.. que bom que você curte Smashing Pumpkins também..
Bem... o nome do vocalista é Billy Corgan, a banda nova dele se chamava Zwan, que também acabou por sinal, o estilo era + folk do que alternativo, e tinha o lance de 3 guitarras, o que enrriqueceu e muito algumas músicas como Jesus I / Mary star of the Sea e Settle Down, mais não ficaram muito agrádaveis em umas como Baby let´s rock, mesmo eu tendo achado o disco ainda acima dos padrões, só a Seatle down e Mary Star of The Sea já valem o CD... MSOTS eh simplesmente uma música digna da grandiosidade dos pumpkins solos kilometricos de guitarra ( lembra StarLA ) e akelas PUTA viradas de bateria que só o Jimmy Chamberlin sabe fazer. Tem a Honestly que é bacana também, porém um pouco comercial d+ pro meu gosto... Ao todo dou uma notam 8 para o cd do zwan, só não foi uma pena a banda ter acabado por o Billy Corgan agora vai sair em carreira solo, e uma coisa eu posso prever.. ninguém segura o careca!


Tu já escutou o Siamese Dream né??? nota 10! fala ae!
:D

Smashing Pumpkins Rlz...


Aproveitando o ensejo, ficam recomendadas ae duas músicas do Zwan para a galera baixar..

Settle Down e Jesus I / Mary Star of the Sea

ChAnWaY
26-02-2004, 21:11:16
quem tiver curiosidade de conhecer alguma das bandas citadas me procura no icq q eu passo umas mp3..

[]´s

Rafinha
26-02-2004, 22:17:31
Originalmente enviada por ChAnWaY
quem tiver curiosidade de conhecer alguma das bandas citadas me procura no icq q eu passo umas mp3..

[]´s

Chaw, eu vou querer umas músicas do SP pelo icq, afinal vc nunca me passou nenhuma música pelo icq!!:D

Po SP é muito boa banda, curto pacas, graças ao chawzinho...

CesarDRK
27-02-2004, 01:47:53
Originalmente enviada por tuLiO
Credo, viajou ein? Smashing e Green Day não tem nada a ver um com o outro... Estilos completamente diferentes, não tem nem como comparar.

Hehehe... eh foda, não tem muito a ver msm... dei uma "boa" generalizada no ROCK... :p

Dann
27-02-2004, 01:56:57
Originalmente enviada por ChAnWaY
quem tiver curiosidade de conhecer alguma das bandas citadas me procura no icq q eu passo umas mp3..

[]´s

HEEHHEEH eu quero umas musicas.....

(ai jah aproveito e pego seu icq...)

:p :p
Zueeera velho =]

BatZ
27-02-2004, 12:42:42
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!

com certeza o meu album nº1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

amo Siamese Dream, me lembro até hj de eu ouvindo-o pela primeira vez em meados da década de 90.... puts!!! Dizarm ruleia tuuuuudo!!

só achei essa review meio fraquinha, pq foi muito superficial.... a pessoa poderia ter entrado um pouco mais a fundo, pelo menos nas músicas mais importantes! :rolleyes:

[]'s

youthanasia
27-02-2004, 13:04:07
Realmente o Corgan manda muito, quando eu era menor (eu era pequeno ainda quando surgiu Smashing Pumpkins) eu odiava a banda, mas lembro até hoje do clipe de Bullets with butterfly wings (é esse o nome né?) Eu tenho um ou dois CDs aqui em mp3 do SP, acho que não tenho o Siamese Dream não, mas com certeza já escutei.

ChAnWaY
28-02-2004, 18:59:45
Originalmente enviada por tuLiO
Realmente o Corgan manda muito, quando eu era menor (eu era pequeno ainda quando surgiu Smashing Pumpkins) eu odiava a banda, mas lembro até hoje do clipe de Bullets with butterfly wings (é esse o nome né?) Eu tenho um ou dois CDs aqui em mp3 do SP, acho que não tenho o Siamese Dream não, mas com certeza já escutei.

Isso mesmo... Bullet With Butterfly Wings..

Inicio:

"The world is a vampire! send to drain... secret destroyers, hold up to the flames"

Refrão:

"DESPITE ON MY RAGE I´M STILL JUST A RAT IN A CAGE"

...

Pra mim a melhor música do Siamese Dream é a Hummer, mais na verdade TODAS ótimas tirando a "sweet sweet" que é bem medonha...

Life is a bummer... you are on hummer... life is drag yeeee yeee!

youthanasia
28-02-2004, 19:40:58
mto rox smashing :sm02: :sm02: :sm02: :sm02:

ChAnWaY
28-02-2004, 19:46:41
Originalmente enviada por tuLiO
mto rox smashing :sm02: :sm02: :sm02: :sm02:


por isso eu vivo gritando aki...

Open your mind!


:D

youthanasia
29-02-2004, 02:15:50
Pô, tu curte som meio alternativo assim? A gente pudia trocá uns nome de banda :p

Soraia
29-02-2004, 02:36:04
Originalmente enviada por BatZ
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!

com certeza o meu album nº1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

amo Siamese Dream, me lembro até hj de eu ouvindo-o pela primeira vez em meados da década de 90.... puts!!! Dizarm ruleia tuuuuudo!!

só achei essa review meio fraquinha, pq foi muito superficial.... a pessoa poderia ter entrado um pouco mais a fundo, pelo menos nas músicas mais importantes! :rolleyes:

[]'s

Ah...sei lá...fazer a review de um cd dos Smashing Pumpkins deve ser bem difícil.Smashing Pumpkins mt ROX.Tem gente q não curte rock alternativo,mas curte essa banda...:rolleyes: ;) :)

ChAnWaY
01-03-2004, 19:08:59
Eu adoro rock alternativo!!!!

Smashing Pumpkins
Placebo
Suede
jj72
Starsailor
James Iha
Zwan
My Bloody Valentine

e assim vai...

ChAnWaY
01-03-2004, 19:13:00
Mellon Collie and the Infinite Sadness

http://www.dyingdays.net/Smashing_Pumpkins/1995_Mellon_Collie_And_The_Infinite_Sadness.jpg

Nota: *****


"Mellon Collie and the Infinite Sadness", o terceiro álbum do Smashing Pumpkins, começa com uma canção triste e melancólica, levada a cabo por um piano solene. Uma introdução encantadora, que logo em suas primeiras notas prende a atenção do ouvinte e o faz ingressar em um mundo fantasioso pincelado em tons verde escuro e todo permeado pela figura solitária que ilustra a capa do álbum.

Um mundo onde os desenhos do encarte (que parecem ter saído de livros infantis) são reais e sentimentos díspares entre si são ligados por canções envolventes, delicadas, e até furiosas. "Mellon Collie and the Infinite Sadness", nesse sentido, é mais do que um álbum de rock alternativo: é uma obra-prima variada e única, concebida meticulosamente pelo líder absoluto do conjunto, Billy Corgan. Não apenas um amontoado de músicas dispostas em qualquer ordem, mas sim um conjunto de pérolas que versam sobre sentimentos, aflições, desejos e outras intimidades raramente expostas com tamanha sinceridade e poesia... com uma harmonia mágica ligando o sonho e a realidade, a alegria e a tristeza, a esperança e a melancolia.



Apenas musicalmente falando, os adjetivos usados para descrever "Mellon Collie and the Infinite Sadness" são os mais variados possíveis, uma vez que ao longo das 28 faixas contidas nos dois discos ("Dawn to Dusk" representa o dia, "Twilight to Starlight", a noite), a banda se aventura com desenvoltura pelos mais variados estilos e nos mostra suas ecléticas influências. Passagens orquestradas, riffs beirando o metal, influências eletrônicas, momentos introspectivos, harcore adolescente, instrumentos exóticos, algumas doses de psicodelia e até canções de ninar são alguns dos ingredientes que Billy Corgan usa para emocionar quem ouve sua música. Algumas poucas faixas têm impacto imediato, mas a grande maioria têm que ser compreendida aos poucos, principalmente aquelas que possuem harmonias insólitas ou elementos eletrônicos (recurso que a banda soube usar com parcimônia, como na primorosa "Love"). É de se esperar que todo essa variação de estilos e influências inicialmente pareça muito indigesta e demasiadamente presunçosa. O próprio Billy Corgan sabia que estava correndo o sério risco de ser taxado como um dos músicos mais pretenciosos da história do rock ao gravar um trabalho tão diverso e de longa duração, ainda mais em uma época em que o disco duplo é um formato praticamente abandonado pela indústria fonográfica. Mas é um álbum que merece várias audições, até que se comece a entender sua unidade e valor como obra artística. E como toda obra artística, uma análise puramente técnica se torna superficial e injusta.

Liricamente, encontramos novamente muito talento. Billy Corgan se dedica desde o primeiro disco do Smashing Pumpkins a escrever músicas que falam, de acordo com o ele próprio, "about life": a infância/adolescência que passou e não volta mais (na nostálgica "1979"), indagações quanto à razão de ser e existir (na excepcional "Muzzle") e amor ingênuo e puro ("Lily" e "Beautiful"). E nas baladas, Corgan é de uma sensibilidade rara: além das já citadas "Lily" e "Beautiful", temos "By Starlight", "Thirty-Three", "To Forgive", "Galapogos", "In the Arms of Sleep" e "Stumbleine", canções com letras doces entrelaçadas em acordes cativantes. Destaque para a última, um pequeno show protagonizado por voz e violão: simplicidade e beleza caminhando lado a lado, de mãos dadas.

Mas não são apenas as canções intimistas que emocionam: aquelas que transpiram raiva e são vociferadas rasgadamente também se destacam, como "Tales of a Scorched Earth", "An Ode to No One" e "Bullet with Butterfly Wings". Temos ainda angústia e desespero na forma de riffs distorcidos, como nas não menos pesadas "X.Y.U.", "Here is no Why" e "Jellybelly", bem como melodias portentosas e muito feeling em "Where Boys Fear to Tread", "Porcelina of the Vast Oceans" e "Thru the Eyes of Ruby". Todas essas são marcadas pelas guitarras pesadas e contundentes (ponto para James Iha e para o próprio Billy Corgan), que explodem nos tímpanos do ouvinte na mesma intensidade que os dedilhados de violão das canções lentas tocam o coração. Experimentalismo e psicodelia também têm espaço: em "Cupid the Locke" e "We Only come Out at Night", o Pumpkins brinca com sonoridades inusitadas, e acerta em cheio ao criar canções cativantes e ousadas. Por fim, podemos destacar a pesadíssima "Bodies" (instrumental devastador, criando um clima denso e nervoso), a delicada "Take Me Down" (escrita e cantada por James Iha) e a inesquecível "Tonight, Tonight", que possui uma orquestra fazendo base para Billy Corgan cantar versos de esperança. "We'll make things right, we'll feel it all tonight / The indescribable moments of your life tonight / The impossible is possible tonight / Believe in me and I believe in you, tonight", promete ele.

Muitos críticos acabaram efetivamente acusando o Smashing Pumpkins de pretencioso demais, ao mesmo tempo que diziam que Billy Corgan não sabia o que queria, atirando então para todos os lados. Mas não há como negar que há sim muita inspiração, talento e criatividade ao longo das quase duas horas de música que ouvimos nesse álbum. Corgan, ao lado de uma banda tecnicamente competente e que soube acompanhar em perfeita sintonia o lirismo de seu líder, gravou um trabalho com um objetivo inegavelmente ambicioso nos dias de hoje, que é ir além da "música para ouvir". Sua obsessão o levou a dizer que esse disco encerraria o Smashing Pumpkins como todos os conheciam, e que a missão da banda estaria cumprida. É sem dúvida alguma uma obra emblemática e difícil, e que talvez só seja compreendida e admirada em toda sua profundidade se o ouvinte partilhar dos sentimentos que Billy Corgan deixa transparecer em versos como "And nobody nowhere understand anything / About me / And all my dreams / Lost at sea". Pode não ser um marco na história da música (apesar do título de "disco duplo mais vendido de todos os tempos" ser bem significativo), mas é tocante, sincero e intenso, o que por si só já o faz especial. Pretencioso ou não, é uma ode à vida, uma ode ao viver com o coração, afinal, "Destroy the mind / Destroy the body / But you cannot destroy the heart".



Assim como o começo, o final de "Mellon Collie and the Infinite Sadness" é não menos peculiar e emotivo. Os quatro integrantes da banda cantam juntos uma singela despedida para todos aqueles que embarcaram com o coração aberto nessa viagem musical, desejando-os "Goodnight, to every little hour that you sleep tite / May it hold you through the winter of a long night / And keep you from the loneliness of yourself". E, em um enigmático paralelo com a primeira faixa, um piano cadenciado se torna solo ao fim da canção... ressonando novas notas tristes e melancólicas.

Fabricio Boppré
2000

tbm da dying days