ChAnWaY
18-04-2005, 21:46:18
Placebo leva público ao delírio na 1ª noite do Abril Pro Rock
Marcelo Cavalcante
Do JC OnLine
O clima de tranqüilidade reinou na primeira noite do Festival Abril pro Rock, realizado nessa sexta-feira, no Pavilhão do Centro de Convenções, no limite entre Recife e Olinda. Durante as seis horas de música, não foram registradas ocorrências de violência no local. A galera tava era a fim de paquerar, comprar CDs, HQs, camisetas e se esbaldar com as bandas que participavam do Claro que é Rock, Los Hermanos e, principalmente, os ingleses do Placebo, que levaram o público ao delírio na primeira parada da turnê brasileira do grupo.
Pela primeira vez na história do evento, foi realizado um festival dentro do festival. O Abril pro Rock abriu espaço para que o Claro que é Rock atingisse a proposta de revelar os valores da nova safra do rock brasileiro com grande êxito. Afinal, o público conheceu a performática e vigorosa Star 61, que venceu a etapa pernambucana, levando para casa R$ 15 mil em instrumentos. As outras bandas que se apresentaram na noite foram Bugs (RN), Rádio de Outono (PE), Suzana Flag (PA) e Zefirina Bomba (PB).
Por volta das 21h, antes mesmo de as grandes atrações subirem aos dois palcos principais do APR, uma outra banda, que não estava escalada para o festival, já animava o público com o seu rock debochado e irreverente, feito à base de instrumentos de brinquedo. Era a banda recifense The Playboys. A moçada reservou um estande para vender camisetas e resolveu inovar, aproveitando o espaço para mostrar o seu som no "porão" do Abril.
"Espero que Paulo André (produtor do APR) oficialize esse Palco 3", afirmava o vocalista João Neto. Eles deram uma pausa para não atrapalhar as atrações do Abril e só voltaram no intervalo do show dos Los Hermanos. E retornaram em grande estilo. O cantor gaúcho Wander Wildner assumiu a guitarra e cantou duas músicas do seu repertório punk-brega.
ENTRADA - Mas o público ainda estava chegando devagarzinho. Na entrada, nenhum problema em relação à decisão da Justiça de só liberar a passagem de menores acompanhados de seus responváveis. "As pessoas já estão conscientizadas. Crianças com menos de 12 anos não entram e, acima dessa idade, só acompanhadas de maiores de 18 anos", explicou Felipe Rêgo Barros, assessor jurídico do festival.
Ok, o público respeitou, mas teve gente que viu falhas na fiscalização. "Vim acompanhando minha filha e, como ela é estudante, teve que passar por uma bilheteria diferente da que eu entrei. E, em nenhum momento, pediram a identificação dela", afirmou a jornalista Nani Mariane, que foi levar a sua filha Lara, de 12 anos.
SHOWS - Os primeiros riffs de guitarra do APR começaram a ser ouvidos pontualmente às 21h30. Era a banda potiguar Bugs. O trio mandou ver um pop psicodélico, beirando ao noise. Foi uma tarefa difícil levantar a platéia, que ainda estava morgada, mas, aos poucos, a banda mostrou competência e consegiu despejar energia necessária para animar a galera.
Veio, então, a vez da paraense Suzana Flag. A banda até que começou bem, com guitarras no volume máximo, mas, logo em seguida, mergulhou fundo num pop enfadonho, que não empolgou. Por volta das 22h30 entrou em cena Star 61. O quarteto paraibano se sentiu em casa ao ver uma grande platéia vinda da Paraíba para assistir ao show. O vocalista, com um violão em punho, parecia uma mistura de David Bowie e Ney Matogrosso (da época do Secos & Molhados). Mas o rapaz não parou um minuto sequer e mandou canções pesadas, com letras "dor-de-cotovelo". Foi um show competente, fazendo jus ao prêmio conquistado.
Uma pausa no Claro que é Rock para que os cariocas quase pernambucanos da banda Los Hermanos mostrarem pela "milésima" vez o show do disco Ventura. Mesmo estando em fase de finalização do novo CD, que deve ser lançado no próximo mês, o quarteto fez questão de vir ao Recife para se apresentar no palco do festival que o projetou para mainstream do rock nacional.
O show é praticamente um repeteco do que já vem sendo apresentado na cidade. A diferença, desta vez, foi a inclusão de três músicas do novo CD (os músicos sequer citaram o nome das canções). O impressionante é que, mesmo fazendo um show sem firulas, os Los Hermanos conseguem causar delírio na platéia, que cantou todas as músicas.
Depois dos Hermanos, as atenções voltaram para o Palco 2, onde as duas últimas bandas do Festival Claro que é Rock se apresentariam. Primeiro foi a também paraibana Zeferina Bomba, que mostrou um som confuso. Depois que o vocalista quebrou o seu violão enquanto tocava a primeira canção, a banda tentou conquistar o público fazendo uma cover de A Cidade, de Chico Science & Nação Zumbi. Mas não surtiu efeito.
A pernambucana Rádio de Outono teve a missão de fechar as apresentações no Palco 2. Fazendo um rock bem ao estilo anos 60, a banda encontrou dificuldades para instigar a platéia que já estava sedenta pelos ingleses do Placebo. Mesmo assim, fizeram um show correto, mas ficou a certeza de que o público do APR não é o mesmo da Rádio de Outono.
Já se aproximava das 1h30 quando, enfim, as bases eletrônicas do Placebo começaram a ecoar no Pavilhão do Centro de Convenções. Bastou isso para que a platéia se incendiasse e saísse em disparada para o gargalo do palco. Os ingleses tinham o público na mão. O trio lançou recentemente a coletânea Once More With Feeling e, portanto, o set list do show estava recheado de hits.
Os fãs foram ao delírio, principalmente quando o vocalista Brian Molko arriscou um "obrigado" e foi protagonista de uma cena clichê entre as bandas gringas que se apresentam na terrinha: levantou a bandeira brasileira. O Placebo saiu do palco para fazer charme e voltou para o bis para não decepcionar o público, que não arredou o pé do Pavilhão até que alguém avissasse que o show havia se encerrado.
http://img112.echo.cx/img112/84/mac1504050011du.th.jpg (http://img112.echo.cx/my.php?image=mac1504050011du.jpg)http://img112.echo.cx/img112/8545/mac1504050029gj.th.jpg (http://img112.echo.cx/my.php?image=mac1504050029gj.jpg)
http://img175.echo.cx/img175/3905/mac1504050040gm.th.jpg (http://img175.echo.cx/my.php?image=mac1504050040gm.jpg)http://img175.echo.cx/img175/4751/mac1504050057vq.th.jpg (http://img175.echo.cx/my.php?image=mac1504050057vq.jpg)
Marcelo Cavalcante
Do JC OnLine
O clima de tranqüilidade reinou na primeira noite do Festival Abril pro Rock, realizado nessa sexta-feira, no Pavilhão do Centro de Convenções, no limite entre Recife e Olinda. Durante as seis horas de música, não foram registradas ocorrências de violência no local. A galera tava era a fim de paquerar, comprar CDs, HQs, camisetas e se esbaldar com as bandas que participavam do Claro que é Rock, Los Hermanos e, principalmente, os ingleses do Placebo, que levaram o público ao delírio na primeira parada da turnê brasileira do grupo.
Pela primeira vez na história do evento, foi realizado um festival dentro do festival. O Abril pro Rock abriu espaço para que o Claro que é Rock atingisse a proposta de revelar os valores da nova safra do rock brasileiro com grande êxito. Afinal, o público conheceu a performática e vigorosa Star 61, que venceu a etapa pernambucana, levando para casa R$ 15 mil em instrumentos. As outras bandas que se apresentaram na noite foram Bugs (RN), Rádio de Outono (PE), Suzana Flag (PA) e Zefirina Bomba (PB).
Por volta das 21h, antes mesmo de as grandes atrações subirem aos dois palcos principais do APR, uma outra banda, que não estava escalada para o festival, já animava o público com o seu rock debochado e irreverente, feito à base de instrumentos de brinquedo. Era a banda recifense The Playboys. A moçada reservou um estande para vender camisetas e resolveu inovar, aproveitando o espaço para mostrar o seu som no "porão" do Abril.
"Espero que Paulo André (produtor do APR) oficialize esse Palco 3", afirmava o vocalista João Neto. Eles deram uma pausa para não atrapalhar as atrações do Abril e só voltaram no intervalo do show dos Los Hermanos. E retornaram em grande estilo. O cantor gaúcho Wander Wildner assumiu a guitarra e cantou duas músicas do seu repertório punk-brega.
ENTRADA - Mas o público ainda estava chegando devagarzinho. Na entrada, nenhum problema em relação à decisão da Justiça de só liberar a passagem de menores acompanhados de seus responváveis. "As pessoas já estão conscientizadas. Crianças com menos de 12 anos não entram e, acima dessa idade, só acompanhadas de maiores de 18 anos", explicou Felipe Rêgo Barros, assessor jurídico do festival.
Ok, o público respeitou, mas teve gente que viu falhas na fiscalização. "Vim acompanhando minha filha e, como ela é estudante, teve que passar por uma bilheteria diferente da que eu entrei. E, em nenhum momento, pediram a identificação dela", afirmou a jornalista Nani Mariane, que foi levar a sua filha Lara, de 12 anos.
SHOWS - Os primeiros riffs de guitarra do APR começaram a ser ouvidos pontualmente às 21h30. Era a banda potiguar Bugs. O trio mandou ver um pop psicodélico, beirando ao noise. Foi uma tarefa difícil levantar a platéia, que ainda estava morgada, mas, aos poucos, a banda mostrou competência e consegiu despejar energia necessária para animar a galera.
Veio, então, a vez da paraense Suzana Flag. A banda até que começou bem, com guitarras no volume máximo, mas, logo em seguida, mergulhou fundo num pop enfadonho, que não empolgou. Por volta das 22h30 entrou em cena Star 61. O quarteto paraibano se sentiu em casa ao ver uma grande platéia vinda da Paraíba para assistir ao show. O vocalista, com um violão em punho, parecia uma mistura de David Bowie e Ney Matogrosso (da época do Secos & Molhados). Mas o rapaz não parou um minuto sequer e mandou canções pesadas, com letras "dor-de-cotovelo". Foi um show competente, fazendo jus ao prêmio conquistado.
Uma pausa no Claro que é Rock para que os cariocas quase pernambucanos da banda Los Hermanos mostrarem pela "milésima" vez o show do disco Ventura. Mesmo estando em fase de finalização do novo CD, que deve ser lançado no próximo mês, o quarteto fez questão de vir ao Recife para se apresentar no palco do festival que o projetou para mainstream do rock nacional.
O show é praticamente um repeteco do que já vem sendo apresentado na cidade. A diferença, desta vez, foi a inclusão de três músicas do novo CD (os músicos sequer citaram o nome das canções). O impressionante é que, mesmo fazendo um show sem firulas, os Los Hermanos conseguem causar delírio na platéia, que cantou todas as músicas.
Depois dos Hermanos, as atenções voltaram para o Palco 2, onde as duas últimas bandas do Festival Claro que é Rock se apresentariam. Primeiro foi a também paraibana Zeferina Bomba, que mostrou um som confuso. Depois que o vocalista quebrou o seu violão enquanto tocava a primeira canção, a banda tentou conquistar o público fazendo uma cover de A Cidade, de Chico Science & Nação Zumbi. Mas não surtiu efeito.
A pernambucana Rádio de Outono teve a missão de fechar as apresentações no Palco 2. Fazendo um rock bem ao estilo anos 60, a banda encontrou dificuldades para instigar a platéia que já estava sedenta pelos ingleses do Placebo. Mesmo assim, fizeram um show correto, mas ficou a certeza de que o público do APR não é o mesmo da Rádio de Outono.
Já se aproximava das 1h30 quando, enfim, as bases eletrônicas do Placebo começaram a ecoar no Pavilhão do Centro de Convenções. Bastou isso para que a platéia se incendiasse e saísse em disparada para o gargalo do palco. Os ingleses tinham o público na mão. O trio lançou recentemente a coletânea Once More With Feeling e, portanto, o set list do show estava recheado de hits.
Os fãs foram ao delírio, principalmente quando o vocalista Brian Molko arriscou um "obrigado" e foi protagonista de uma cena clichê entre as bandas gringas que se apresentam na terrinha: levantou a bandeira brasileira. O Placebo saiu do palco para fazer charme e voltou para o bis para não decepcionar o público, que não arredou o pé do Pavilhão até que alguém avissasse que o show havia se encerrado.
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