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View Full Version : Surge na Amazônia espécie de "Bolsa Desmatamento"



San Andreas
22-08-2007, 22:13:52
O Greenpeace faz correr pelo mundo uma denúncia contra o governo brasileiro. A pretexto de intensificar o seu programa de reforma agrária, o governo entrega generosos nacos de terras amazônicas a assentados que, depois, vendem o direito de exploração da área para madeireiras. Em vez de plantações, surge o desmatamento. Uma farra.

Aos pouquinhos, o fenômeno vai ganhando o noticiário. Aqui e alhures. As terras pertencem ao governo, maior latifundiário da Amazônia. São distribuídas no contexto de uma iniciativa cuja sigla faz lembrar o partido que dava suporte à ditadura: PDS. Sob Lula, quer dizer “Programa de Desenvolvimento Sustentado”.

Só em 2006, último ano do primeiro reinado, o Incra plantou em Santarém (PA) 97 assentamentos do gênero. Recobrem algo como 2,2 milhões de hectares, rateados entre 33.700 famílias. Melhoraram-se as estatísticas governamentais que medem o número de assentados. Mas, graças às transações que estão sendo feitas entre assentados e madeireiras, podem piorar os números do desmatamento. Logo agora que o governo acaba de anunciar boas notícias nessa matéria.


Fonte: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2007-08-19_2007-08-25.html


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Assentamentos na Amazônia beneficiam madeireiras, diz 'Independent'


Uma investigação da organização ambientalista Greenpeace indica que o governo brasileiro estaria distribuindo terras da floresta amazônica para assentados em reforma agrária que depois vendem direitos de exploração da área para grandes madeireiras, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico The Independent.


http://www.bbc.co.uk/worldservice/images/2007/08/200708211003102007041514462820050603005354june3_amazon.jpg


“Em 2006, o Incra criou 97 “assentamentos de desenvolvimento sustentável (PDS) em Santarém, no oeste do Estado do Pará, em áreas florestais de grande valor para madeireiras”, diz a reportagem. “Esses assentamentos cobrem 2,2 milhões de hectares e foram designados para 33.700 famílias.”

Um funcionário do Incra citado pelo jornal diz que todos esses assentamentos foram criados nos últimos três meses do ano passado. “Era o final do primeiro mandato do presidente Lula, então ele tinha que cumprir com suas metas. São os políticos que se beneficiam do sistema dos PDS”, disse o funcionário ao jornal.

“Além dos políticos, o esquema beneficia os assentados, que recebem terras e vendem seus direitos de exploração da madeira para grandes madeireiras; as empresas, que têm acesso a madeiras valiosas; e o Incra, que está perto de atingir as metas do governo’, afirma o Independent.

“Apenas na semana passada o governo se vangloriou de uma queda nos níveis de desmatamento pelo terceiro ano consecutivo; ele agora está abrindo as comportas para um aumento no desmatamento e seu efeito dominó sobre as mudanças climáticas globais”, diz a reportagem.

O jornal observa que o Brasil é o 4º maior emissor mundial de gases do efeito estufa e comenta que “uma grande proporção das emissões vem do desmatamento da Amazônia” e que “15% de todo o desmatamento é causado pela criação de assentamentos”.

Segundo o jornal, o esquema PDS se tornou “erroneamente” sinônimo de boa prática ambiental por conta do apoio da freira americana Dorothy Stang, assassinada em 2005 por conta de sua defesa de dois dos assentamentos da região.


Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070821_amazoniaindependentrw.shtml