San Andreas
02-01-2008, 16:45:33
A ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto, que governo o país por duas ocasiões, foi assassinada enquanto fazia campanha para seu partido para as eleições parlamentares, marcadas para o dia 8 de janeiro.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre as conseqüências da morte da política paquistanesa.
http://www.bbc.co.uk/worldservice/images/2007/12/20071228014505bhutto203s.jpg
Morte de Benazir Bhutto deixa vácuo político no Paquistão
Qual será o impacto da morte de Bhutto no Paquistão?
Bhutto era uma das principais lideranças entre os diversos partidos do país. Ela esperava que seu partido, o PPP, sairia das eleições de janeiro como principal força política do Paquistão.
A eleição parlamentar é a primeira desde que o presidente do país, Pervez Musharraf, renunciou à chefia das Forças Armadas e se tornou um líder civil.
A morte de Bhutto criou um vácuo político.
A família Bhutto é lendária no Paquistão. O pai da ex-premiê, Zulfiqar Ali Bhutto, também serviu como primeiro-ministro do país. Ele foi enforcado depois de ser deposto por um golpe do general Zia-ul-Haq.
Benazir Bhutto era uma personalidade polêmica.
Educada no Ocidente e carismática, ela se apresentava como uma força moderada e democrática e era tratada assim em grande parte do mundo ocidental.
Os Estados Unidos esperavam que ela pudesse restaurar a legitimidade popular da guerra contra militantes islâmicos, uma tarefa que fracassou nas mãos do presidente Musharraf.
Mas ela também era vista como uma liderança que usou o seu tempo no governo para benefícios financeiros próprios. Ela enfrentou uma série de processos, tanto dentro como fora do Paquistão. Militantes islâmicos a odiavam por suas visões pró-Estados Unidos.
Este ano, Bhutto e Musharraf estavam trabalhando em um acordo para dividir o poder no país. As negociações fracassaram, transformando Bhutto na maior força de oposição a Musharraf.
Quem poderia tê-la assassinado?
Grande parte dos analistas indicam que militantes pró-Talebã, que detêm cada vez maior controle das áreas tribais da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, seriam os principais interessados em matá-la.
Eles nunca esconderam o seu desejo de matar Bhutto desde que ela voltou ao país em outubro, depois de anos de um exílio auto-imposto.
No dia do seu retorno, 18 de outubro, um duplo ataque suicida contra uma carreata de Bhutto em Karachi matou mais de 130 pessoas.
O que está em jogo para a região e para o resto do mundo?
O futuro do Paquistão é um dos pontos importantes para a segurança mundial. Militantes pró-Talebã e aliados da al-Qaeda conseguiram formar um Estado próprio dentro de um Estado nos últimos anos.
Eles têm conseguido lutar contra forças ocidentais no Afeganistão usando o Paquistão como base.
Além disso, grande parte dos atentados realizados no mundo ocidental – como os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos – envolveram pessoas que receberam treinamento e apoio dentro do Paquistão.
O Paquistão também enfrenta uma rivalidade com a Índia, país vizinho ao leste. Os dois países têm armas nucleares.
Quais são as opções do presidente Musharraf?
Musharraf já pediu calma diante dos episódios de violência que surgiram desde a morte de Bhutto.
Uma decisão urgente a ser tomada é se o governo mantém as eleições parlamentares marcadas para o dia 8 de janeiro. O país acabou de sair neste mês de um período de estado de exceção, em que o governo afastou juízes que poderiam declarar inconstitucional a eleição de Musharraf.
A popularidade do presidente caiu muito em 2007, em parte pela incapacidade do governo de derrotar os militantes islâmicos. Musharraf também deixou a chefia das Forças Armadas. Ainda não se sabe como o novo comandante, o general Ashfaq Pervez Kayani, vai lidar com os militantes.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071228_qa_bhutto_dg.shtml
Veja abaixo perguntas e respostas sobre as conseqüências da morte da política paquistanesa.
http://www.bbc.co.uk/worldservice/images/2007/12/20071228014505bhutto203s.jpg
Morte de Benazir Bhutto deixa vácuo político no Paquistão
Qual será o impacto da morte de Bhutto no Paquistão?
Bhutto era uma das principais lideranças entre os diversos partidos do país. Ela esperava que seu partido, o PPP, sairia das eleições de janeiro como principal força política do Paquistão.
A eleição parlamentar é a primeira desde que o presidente do país, Pervez Musharraf, renunciou à chefia das Forças Armadas e se tornou um líder civil.
A morte de Bhutto criou um vácuo político.
A família Bhutto é lendária no Paquistão. O pai da ex-premiê, Zulfiqar Ali Bhutto, também serviu como primeiro-ministro do país. Ele foi enforcado depois de ser deposto por um golpe do general Zia-ul-Haq.
Benazir Bhutto era uma personalidade polêmica.
Educada no Ocidente e carismática, ela se apresentava como uma força moderada e democrática e era tratada assim em grande parte do mundo ocidental.
Os Estados Unidos esperavam que ela pudesse restaurar a legitimidade popular da guerra contra militantes islâmicos, uma tarefa que fracassou nas mãos do presidente Musharraf.
Mas ela também era vista como uma liderança que usou o seu tempo no governo para benefícios financeiros próprios. Ela enfrentou uma série de processos, tanto dentro como fora do Paquistão. Militantes islâmicos a odiavam por suas visões pró-Estados Unidos.
Este ano, Bhutto e Musharraf estavam trabalhando em um acordo para dividir o poder no país. As negociações fracassaram, transformando Bhutto na maior força de oposição a Musharraf.
Quem poderia tê-la assassinado?
Grande parte dos analistas indicam que militantes pró-Talebã, que detêm cada vez maior controle das áreas tribais da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, seriam os principais interessados em matá-la.
Eles nunca esconderam o seu desejo de matar Bhutto desde que ela voltou ao país em outubro, depois de anos de um exílio auto-imposto.
No dia do seu retorno, 18 de outubro, um duplo ataque suicida contra uma carreata de Bhutto em Karachi matou mais de 130 pessoas.
O que está em jogo para a região e para o resto do mundo?
O futuro do Paquistão é um dos pontos importantes para a segurança mundial. Militantes pró-Talebã e aliados da al-Qaeda conseguiram formar um Estado próprio dentro de um Estado nos últimos anos.
Eles têm conseguido lutar contra forças ocidentais no Afeganistão usando o Paquistão como base.
Além disso, grande parte dos atentados realizados no mundo ocidental – como os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos – envolveram pessoas que receberam treinamento e apoio dentro do Paquistão.
O Paquistão também enfrenta uma rivalidade com a Índia, país vizinho ao leste. Os dois países têm armas nucleares.
Quais são as opções do presidente Musharraf?
Musharraf já pediu calma diante dos episódios de violência que surgiram desde a morte de Bhutto.
Uma decisão urgente a ser tomada é se o governo mantém as eleições parlamentares marcadas para o dia 8 de janeiro. O país acabou de sair neste mês de um período de estado de exceção, em que o governo afastou juízes que poderiam declarar inconstitucional a eleição de Musharraf.
A popularidade do presidente caiu muito em 2007, em parte pela incapacidade do governo de derrotar os militantes islâmicos. Musharraf também deixou a chefia das Forças Armadas. Ainda não se sabe como o novo comandante, o general Ashfaq Pervez Kayani, vai lidar com os militantes.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071228_qa_bhutto_dg.shtml