Pioneira no segmento de multimídia para PCs, a Creative Labs inova mais uma vez com o lançamento do Sound Blaster Extigy, um módulo de som que pode ser melhor descrito como uma placa de som externa.
Por mais estranha que essa definição possa parecer aos nossos ouvidos, sua utilidade pode ser facilmente compreendida. A proposta do Extigy é que qualquer usuário de PC de mesa ou portátil possa usufruir de todas as vantagens de uma placa de som de alto desempenho sem ter que mexer nas entranhas de seus computadores. Equipado com uma porta USB, o sistema se conecta ao PC de maneira simples.
Entretanto, uma das características mais curiosas do Extigy é a capacidade de funcionar de maneira independente do computador, ou seja, é possível conectar esse módulo a um reprodutor de CDs, MP3, DVD e até a um videogame (como o Playstation 2 e o X-Box), para que funcione como um pequeno decodificador estéreo Dolby Digital 5.1 com saída para caixas de som, como as Cambridge SoundWorks MegaWorks 510D ou Inspire 5.1 5300, comercializadas pela própria Creative Labs.
O processo de instalação do Extigy é relativamente simples: basta ligar o módulo à rede elétrica – por meio de um adaptador que acompanha o produto – e ao PC usando um cabo USB. Feito isso, o próximo passo é instalar as caixas de som, o microfone (se o usuário tiver um), os drivers e utilitários do sistema e o equipamento estará pronto para uso. Caso já exista uma placa de som previamente instalada, o Extigy procura assumir o papel de sistema de som principal.
Como outros dispositivos externos da Creative Labs, o Extigy possui uma aparência sóbria e de bom gosto, lembrando mais um equipamento de som do que um periférico de computador propriamente dito. Seu desenho de perfil baixo pode ser montado tanto na horizontal quanto na vertical com o uso de um suporte que vem com o produto. Para facilitar ainda mais o seu uso, o sistema dispõe de um pequeno controle remoto que coordena várias funções, tanto do módulo quanto do utilitário Creative Playcenter.
Na parte frontal do Extigy, encontram-se as entradas e as saídas de som digital (optical-in e out), a entrada de som analógica (line-in), microfone (mic-in) e a saída para fone de ouvido, além dos controles de entrada de sinal do microfone, volume de saída e a tecla CMSS que enfatiza o efeito de som espacial.
Na parte traseira, localizam-se a maioria das saídas de som para as caixas acústicas (hear, front e subwoofer), digital out, SPDIF in, a porta USB para ligar no PC, além de duas portas MIDI utilizadas para controlar equipamentos musicais como teclados e sintetizadores. Talvez por falta de espaço, o Extigy não possui entradas de sinal na parte de trás, o que seria perfeito para seu uso em sistemas de som e home theatre.
O Extigy oferece praticamente os mesmos recursos oferecidos pelas placas de som Audigy. O EAX Advanced HD, por exemplo, adiciona efeitos espaciais à fonte de som original, além de outros efeitos interessantes como Audio Clean-Up (remoção de ruídos e pipocos normalmente encontrados em fitas de áudio de LPs), time scaling (aceleração ou desaceleração do ritmo de uma música em tempo real) e o DREAM (Dynamic Repositioning of Enhanced Audio and Music) que permite reposicionar a fonte de som em qualquer lugar com o uso de caixas estéreo surround 5.1. Devido a esse grau de parentesco, a qualidade do som é praticamente a mesma obtida com a placa Audigy.
Em alguns casos, porém, a qualidade do som do Extigy pode ser influenciada pelo desempenho do PC e da porta USB. Testes realizados em um computador com processador AMD K6-III de 400 MHz e Windows 98 SE mostraram que a reprodução de algumas músicas em MP3 apresentaram engasgos ao acionarmos recursos mais sofisticados do EAX como o Audio Clean-Up. O mesmo não foi observado quando fizemos os testes em um PC com Athlon XP 1700+ com o mesmo sistema operacional.
O Extigy também não suporta certos efeitos de som espaciais como o Environment Morphing – algo que pode ser até ignorado se levarmos em consideração que existem poucos jogos que ainda exploram esses recursos. De qualquer modo, nem os atuais sistemas de som que o Extigy se propõe a substituir oferecem tal recurso, o que faz com que, no final das contas, o usuário ainda fique no lucro.
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