China ameaça punir Coréia do Norte se crise se agravar
Coréia do Sul e Japão dizem que segundo teste está em preparação
O governo da China ameaçou cortar o fornecimento de grãos e petróleo para a Coréia do Norte, caso o país tome qualquer ação que possa agravar a crise gerada pelo teste nuclear realizado na semana passada.
O alerta foi feito pelo porta-voz do Ministério do Exterior chinês em um artigo publicado pelo jornal oficial do Partido Comunista, depois que Coréia do Sul e Japão disseram ter informações indicando que um segundo teste nuclear estaria sendo preparado por Pyongyang.
Para a correspondente da BBC em Pequim Jill McGivering, essa é a ameaça mais dura já feita pela China à Coréia do Norte: quase um aviso de que o governo chinês está perdendo a paciência.
A correspondente acredita que as sanções poderiam causar graves problemas para os norte-coreanos, já que a China é um dos maiores fornecedores de grãos e provê quase todo o petróleo cru utilizado pelo país vizinho.
Até agora, o governo chinês era o maior defensor de uma solução diplomática para a questão nuclear, mas a posição desafiadora de Pyongyang acabou colocando a região no tipo de crise que a China tentava evitar a todo custo.
Irresponsabilidade
No dia em que os norte-coreanos comemoram o aniversário de 80 anos do movimento "Abaixo o Imperialismo", liderado pelo então presidente Kim Il-sung, a França também advertiu que um segundo teste nuclear tornaria necessária uma resposta ainda mais dura que as sanções impostas pelas Nações Unidas.
O porta-voz do Ministério do Exterior francês Jean-Baptiste Mattei disse que Paris estava "acompanhando a situação de perto".
"Um novo teste constituiria um extraordinário ato de irresponsabilidade, que tornaria necessária uma resposta adequada da comunidade internacional."
Os Estados Unidos, por sua vez, voltaram a advertir a Coréia do Norte contra a realização de mais testes, mas disseram estar preparados para que isso aconteça.
"Não seria bom para eles, mas certamente não seria surpreendente", afirmou o porta-voz da Casa Branca Tony Snow.
Ele disse que uma segunda explosão funcionaria para a Coréia do Norte como uma maneira de testar as Nações Unidas, o Conselho de Segurança e os cinco países envolvidos nas negociações sobre a questão nuclear com o país (Estados Unidos, China, Japão, Coréia do Sul e Rússia).
"Os norte-coreanos nunca tentaram esconder seu desejo de agir de forma provocadora. O primeiro teste, apesar de nuclear, rendeu pouco e talvez seja razoável esperar que a Coréia do Norte queira tentar algo novamente", disse Snow.
O correspondente da BBC em Seul Charles Scanlon diz que, no passado, a Coréia do Norte pode ter simulado atividades em locais de testes de mísseis e nucleares para atrair atenção e aumentar a pressão diplomática.
Mas analistas dizem ser possível que a Coréia do Norte precise fazer novos testes para alcançar seus objetivos militares.
Declaração de Guerra
Mais cedo, Pyongyang havia anunciado que as sanções da Organização das Nações Unidas, impostas em resposta ao teste nuclear, equivalem a uma declaração de guerra, conforme comunicado feito pela TV estatal.
O governo norte-coreano alertou que países que tentarem atacar sua soberania sofrerão “golpes impiedosos”, segundo a agência de notícias KCNA.
Esta foi a primeira reação oficial do governo norte-coreano à aprovação das sanções econômicas à Coréia do Norte pelo Conselho de Segurança da ONU no último sábado.
As sanções incluem a proibição de comercialização de armamentos e tecnologia de mísseis com o país e o embargo de venda de bens de luxo à Coréia do Norte.
'Hostil'
A Coréia do Norte “denunciou veementemente” o conjunto de sanções da ONU, classificando-o como um “produto da política hostil dos Estados Unidos” contra o país asiático.
“A resolução não pode ser interpretada como outra coisa que não uma declaração de guerra” contra o Norte, diz o comunicado do ministério das Relações Exteriores, que também reafirma o desejo de Pyongyang de obter a paz em uma península livre de armas atômicas.
“Desfecharemos golpes impiedosos contra quem quer que tente atacar a nossa soberania e nosso direito de sobreviver com a desculpa de aplicar uma sanção do Conselho de Segurança da ONU”, diz a nota.
Sanções da ONU
Proibição do comércio de tanques, helicópteros e mísseis, assim de como tecnologia nuclear e de mísseis com a Coréia do Norte.
Inspeção de navios entrando e saindo do país.
Proibição da venda de bens de luxo
Proibição de viagens de pessoas que trabalham em programas de armas e mísseis
Qualquer nova ação futura precisa ser aprovada por resolução da ONU
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- Gamertag: Demas360 
, não pode rolar nem a pau
Originalmente postado por MacLogan
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