Rússia, Japão, União Européia, China, Índia, Coréia do Sul e Estados Unidos formaram um consorcio para construir um reator nuclear experimental Tokamak chamado de ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) de 450 MW em Cadarache, na França.
O custo total do ITER será de 10 bilhões de euros. Ele entrará em operação em 2018 e funcionará por 20 anos. O ITER não será usado para gerar energia elétrica, isto é, não haverá um sistema com turbinas e geradores ligados a ele.
Nesses 20 anos de operação o ITER será usado apenas para pesquisas. O ITER será projetado para operar em períodos de 1000 segundos usando 0.5 gramas de Deutério/Trítio.
Espera-se que uma versão comercial do ITER possa ser usada para gerar energia elétrica em 2045.
http://www.iter.org/default.aspx
Dados e especificações técnicas do ITER
http://www.iter.org/mach/Pages/Tokamak.aspx
O ITER usará a reação Deutério/Trítio onde um átomo de Deutério (isótopo de hidrogênio com 1 próton e 1 nêutron) e um átomo de Trítio (isótopo de hidrogênio com 1 próton e 2 nêutrons) se combinam para formar um átomo de Helio 4 (isótopo de helio com 2 prótons e 2 nêutrons) e um nêutron.
Ainda existe a reação Deutério/Deutério, onde 2 atomos de deutério se combinam para formar um átomo de Helio 3 (isótopo de Helio com 2 prótons e 1 nêutron) e um nêutron.
O Deutério é um isótopo não radioativo e muito mais abundante que o raro isótopo Trítio, que é radioativo, com meia vida de 12 anos.
O ideal seria que um reator de fusão funcionasse com a reação Deutério/Deutério, pois o Trítio é um isótopo raro na Terra.
O Sol produz energia através de outra reação mais complexa, a cadeia próton-proton.
A fusão nuclear exige altíssimas temperaturas e pressões (como as que são encontradas no núcleo do Sol).
A injeção de nêutrons e ondas eletromagnéticas fará o plasma atingir mais de 150 milhoes ºC.
O ITER usa o processo de confinamento magnético para manter o plasma (a mais de 150 milhões ºC) longe das paredes do reator (Tokamak).
O campo magnético é gerado por uma bobina que usa uma liga metálica supercondutora (nióbio-titânio).
Em testes, a bobina toroidal criou um campo magnético de 11 T (11 Teslas), produzido por uma corrente elétrica de 45 kA (45 mil amperes).
A titulo de comparação:
• um chuveiro elétrico chega a 40 A
• um típico aparelho de ressonância magnética produz um intenso campo magnético de 1.5 T
• o campo magnético na superfície da Terra é de apenas 30 micro Tesla (0,00003 T)
Existe uma questão simples e obvia que precisa ser resolvida para viabilizar a produção de energia elétrica com reatores a fusão. Para manter o plasma (a 150 milhões de ºC) longe das paredes do reator (Tokamak), é necessário um intenso campo magnético que é produzido por uma colossal corrente elétrica que circula por uma bobina.
O calor gerado pela fusão vai ser usado para ferver água e criar vapor, que vai passar pelas turbinas e acionar os geradores elétricos.
Até agora, a energia elétrica que pode ser gerada pelo reator de fusão (através dos geradores) é menor que a energia elétrica necessária para alimentar a bobina e outros sistemas, isto é, a energia elétrica consumida pelo reator é maior que a energia elétrica gerada pelo reator.
O uso de ligas metálicas supercondutoras destina-se a reduzir a corrente elétrica e conseqüentemente o consumo de energia elétrica da bobina. A liga metálica é mantida a -269 ° C através de Helio liquido para reduzir drasticamente a resistência elétrica e torna-la supercondutora.
Somente quando se conseguir construir um reator que produza mais energia elétrica do que a consumida por ele próprio é que a fusão será viável economicamente.
Outra questão é que a fusão nuclear produz nêutrons, que ao atingir as paredes do reator o tornam radioativo, mas com a vantagem de ter baixa meia-vida.
Se as pesquisas e desenvolvimentos resolverem esses e outros problemas, espera-se que o ITER possa gerar de 5 a 10 vezes mais energia do que a necessária para aquecer o plasma e mante-lo longe das paredes do reator.
Espera-se que uma versão comercial do ITER possa ser usada para gerar energia elétrica em 2045.
A injeção de nêutrons e ondas eletromagnéticas fará o plasma atingir mais de 150 milhoes ºC
Sistema de resfriamento do reator nuclear experimental Tokamak ITER. O ITER não será usado para gerar energia elétrica, isto é, não haverá um sistema com turbinas e geradores ligados a ele.
O sistema de resfriamento terá 3 circuitos (primário, secundário e terciário). O condensador usará a água de um rio.
Espera-se que uma versão comercial do ITER possa ser usada para gerar energia elétrica em 2045.
Bookmarks