A Brasil Telecom está na fase final de testes técnicos para implantar a banda larga pela rede elétrica na casa do assinante. Dessa forma, todas as tomadas da residência do usuário se transformarão em um ponto de banda larga.

A iniciativa faz parte da estratégia de lançamento do serviço de TV pela internet (IPTV) da operadora, que deve acontece de forma comercial em setembro, segundo Sebastião Nascimento, que a Brasil Telecom trouxe da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para ser o consultor responsável pelo projeto.

Segundo ele, a companhia já estuda a tecnologia Power Line Communication (PLC) indoor - só dentro da casa ou do prédio - há cerca de um ano. Nos primeiros testes, ele conta, "a tecnologia deixava a desejar em relação à interferência de outros eletrodomésticos". A conexão era boa até que outro aparelho eletrodoméstico fosse ligado na casa.

A nova geração de equipamentos, entretanto, permite conexões a 200 Mbps - na anterior a velocidade era de 14 Mbps - e trouxe uma novidade para minimizar as interferências: uma técnica de modulação usada para a transferência das informações cujos dispositivos utilizam múltiplas portadoras, ao invés de uma única, na versão anterior.

"Não há como eliminar 100% da interferência, mas é possível minimizar bastante", afirma o consultor. Os fabricantes dos chipsets também tiveram o cuidado, nas versões mais recentes, de filtrar a banda dos radioamadores, outra medida para reduzir interferências.

A Brasil Telecom testou duas fabricantes de chipsets nos pilotos realizados em seus laboratórios: a espanhola DS2 e a americana Intelom. "Os resultados foram semelhantes e bastante satisfatórios", segundo Nascimento, o que mostrou que a tecnologia é viável.

"A vantagem é que cada tomada de uma casa pode ser um ponto de internet", ressaltou. A intenção da Brasil Telecom é que o PLC indoor seja parte do pacote de banda larga que vai oferecer a partir de setembro, com a IPTV, para que o usuário não tenha restrições para assistir a programação, enquanto um irmão estiver navegando na internet ou mandando e-mails, por exemplo.

No caso da tecnologia indoor, ele explica que a operadora não precisa de acordo com a companhia de energia elétrica, já que fica restrita à casa do usuário. "Só é preciso homologar o serviço e os equipamentos na Anatel", esclareceu.

Segundo ele, a Brasil Telecom "é a primeira a fazer testes com a tecnologia de forma mais elaborada" e a intenção é lançá-la comercialmente em toda a sua região. "Não há limites geográficos", reiterou.
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