A cidade de São Paulo (região Sudeste), com seus 20 milhões de habitantes, é apresentada no filme como a "capital do seqüestro" no Brasil. Criminosos, localizados em bairros pobres da periferia, freqüentemente cortam as orelhas de vítimas de seqüestro para pressionar seus familiares a pagarem o resgate --enquanto a vítima, liberada, recorre à cirurgia plástica para restaurar sua aparência, diz Kohn, justificando o "boom" da cirurgia no país.
Em relatos de um seqüestrador ao jovem diretor, a maioria das pessoas que vivem na periferia são do Norte e do Nordeste --que vieram a São Paulo motivados pela falta de comida e de empregos em uma das regiões mais pobres da América Latina. Kohn argumenta que não seria desta forma se os políticos do Norte e Nordeste não tivessem roubado tanto dinheiro.
"Para relacionar as duas histórias [corrupção e cirurgia plástica nas orelhas], realizei um trabalho de cinco anos e a relação, naturalmente, não era tão óbvia no começo", afirma Kohn à Reuters depois da estréia de seu primeiro filme, um refinado trabalho com um apertado orçamento.
Seu trabalho compete com 15 outros documentários no mais importante festival norte-americano de filmes independentes, o qual termina dia 28 de janeiro. Ele espera fechar a distribuição do filme ainda esta semana.
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