Introdução:

Existem coisas que são feitas de uma maneira tão sublime que suas falhas, se é que são tão perceptíveis, são descartadas. Este é o caso de God of War 2 para Playstation 2. Um jogo que com seu tom épico e sua produção grandiosa determina um padrão para os outros jogos de ação que virão e que provê ao senhor Playstation 2 uma despedida que ele merece.

God of War 2 se passa logo em seguida dos acontecimentos do jogo anterior. Você é Kratos, que agora ocupa o trono de deus da guerra no Olimpo, após ter derrotado Ares. Kratos tem a seu dispor agora poderes divinos e, com isso, ele, ajudando ao exército espartano, parte em uma jornada de conquista de novas cidades. Porém, estas atitudes deixam os maiorais no Olimpo, e principalmente Zeus, furiosos. Athena parte na intervenção apelando para que Kratos desista dessa cruzada, que os Deuses não devem agir dessa forma e que ela não poderá mais defender Kratos da ira de Zeus. Kratos, como bom Anti-Herói que se preze, não liga a mínima para Athena e, atendendo ao chamado de um dos soldados do exército espartano, desce até Rhodes como um monstruoso gigante a fim de ajudar na conquista da cidade. Porém, uma traição ocorre e Kratos se vê em frente a uma cruzada épica de vingança. Por motivos de spoilers eu não posso me alongar mais, porém digo que a trama é digna de um roteiro de Hollywood e que o seu desenrolar é magnífico.

Em tempo: Tem gente que reclama do final do jogo. Eu não sou um desses. Gostei muito e achei bem amarrado com a trama. É com certeza um gancho para o terceiro jogo e mostra o quanto Kratos é foda!!!

Gráficos:

Estamos em uma época de consoles Next-Gen, estes que dispõem de poder gráfico para gerar ambientes, personagens e efeitos tão realistas que podemos ser facilmente enganados se não é a realidade ou um jogo. Por ser um console de 7 anos de vida, o Playstation 2 pode ser considerado defasado e fraco, o que em vários aspectos pode ser verdade, mas graças ao trabalho fantástico da equipe da Sony de Santa Mônica, que conhecem como poucos o poder do hardware do “velho de guerra”, God of War 2 é um dos mais, senão o mais, belos jogos do sistema.

Como no primeiro jogo, os cenários são grandiosos, em uma escala de beleza que deixa qualquer um babando. Logo no começo do jogo você se vê às voltas com o Colosso de Rhodes, um monstro gigantesco que ocupa grande parte da tela. Outro cenário que eu gosto muito e que é espetacular é quando se chega à ilha do destino com seus Cavalos. É tudo tão lindo que não encontro adjetivos para descrever. Os efeitos também são um show à parte com uma “emulação” de bloom, metais batendo uns nos outros, bullet time e muito mais.

As animações dos personagens sofreram alterações também e estão muito bem feitas e variadas, sendo bem linkadas com os golpes do Kratos. Embora algumas delas tenham sido “reaproveitadas” do primeiro jogo.

Embora a engine rode muito bem suportando o jogo na maioria do tempo, existem slowdowns, poucos e bem sutis, é verdade, mas eles existem. Nada que vá afetar a gameplay. E até é meio perdoável pois não acontecem em 99% do jogo.

Áudio:

Outro show a parte da equipe de produção. A trilha sonora é digna de prêmios pela sua qualidade e pela sua facilidade de andar lado a lado com o jogo e conseguindo passar o tom de cada parte em particular. Continuam as trilhas baseadas em orquestras e grandes corais, o que combina muito com o clima de Esparta e Olympus.

A dublagem também é um show. Os principais dubladores do primeiro jogo voltam para essa continuação. Vale ressaltar o trabalho de TC. Carson como Kratos, Linda Hunt como Gaia/Narradora e Michael Clarke Duncan como Atlas. O jogo tem suporte a Dolby Surround. Jogar em um sistema de caixas 5.1 é fantástico.

Jogabilidade:

Este é sem sombra de dúvida o quesito principal quando se trata de um jogo de Kratos.

Pegaram tudo que deu certo no primeiro jogo e ampliaram de uma maneira única que em nenhum momento do jogo o jogador sofre de tédio. Kratos recebeu vários golpes novos e também magias novas e com isso sua brutalidade está absurda. As magias são:

- Typhon’s Bane: Arco que dispara flechas de gelo.

- Atlas Quake: Kratos pisa no chão lançando enormes bolas de lava nos inimigos. Magia muito poderosa e que deve ser maximizada, porém para isso você tem que dispor de muitas red orbs. Por isso tem que ser feito com cautela.

- Euryale's Head: Mesma magia do primeiro, com a qual você transforma os inimigos em pedra. Só que agora você pode se movimentar enquanto realiza a magia.

- Chronos Rage: Bolas de energia que atacam os inimigos com raios que se encontram perto delas. Uma das melhores magias que tem e a principal a se maximizar.

As armas são:

- Blades of Athena: As tradicionais espadas de Athena voltam como a primeira e principal arma do deus espartano. Eu particularmente prefiro zerar o jogo só usando essas armas, pois elas totalmente maximizadas ficam muito poderosas.

- Barbarian Hammer: Segunda arma que você ganha no jogo. É um Martelo muito pesado e lento, porém tem muita força. Eu não o uso quase nunca, somente contra esqueletos.

- Spear of Destiny: Lança que varia ataques em combos e lançando projeteis. É uma arma que é bastante promissora se voltar no terceiro jogo, porém neste eu achei mal utilizada. Ta certo que seus combos são bem linkados, porém ainda prefiro as Blades of Athena. Por isso também fica em segundo plano.

- Blade of Olympus: Espada que você ganha no começo e no fim do jogo. Embora seja uma espada poderosíssima, é muito lenta e não vale a pena ser usada nem maximizada. Só a maximize se tiver red orbs sobrando.

Foi introduzido o graple usando as Blades of Athena. Agora apertando o R1 perto de algum gancho é possível Kratos se balançar a fim de alcançar lugares mais distantes. E também o efeito de bullet time. Ao se adquirir o Amuleto do Destino o jogador consegue deixar o tempo mais lento e com isso destruir os inimigos mais facilmente. Também com esse poder é possível descobrir segredos pelo cenário do jogo.

Três pontos altos da jogabilidade merecem serem destacados: o maior numero de chefes, que no primeiro eram só 3 e neste podemos contar pelo menos 7; e as lutas aéreas a bordo do Pégasus. Embora essas lutas sofram de algum tipo de repetição, elas conseguem fluir de uma maneira bem legal. E a adição das "Asas de Icáro", um acessório que permite que Kratos plane e que também pode ser usado em combos durante as lutas.

Conclusão:

God of War II consegue ser melhor que seu antecessor, o que é meio difícil em continuações.

Está certo que as inovações não são tão espantosas como foram no primeiro jogo, mas nem por isso elas deixam de serem fantásticas.

Gráficos primorosos, trilha sonora épica, dublagem competente, jogabilidade impactante e viciante. Estes são os adjetivos do que é para mim o melhor jogo do sistema. Se você tem um Playstation 2 e não tem o jogo, corra logo e vá comprar o seu. Se você não tem um Playstation 2 vá comprar um, já com o jogo, para aproveitar essa obra de arte.

Prós:

- Gráficos sublimes com efeitos fantásticos para o “velhinho” Playstation 2.
- Trilha sonora digna de Oscar.
- Jogabilidade brutal que prende o jogador e redefine o termo “jogo de ação”.
- DVD com extras, com direito a um “Making of” e entrevistas com os dubladores.
- Certeza de que teremos God of War 3.

Contras:

- Problemas com queda no Framerate e Sincronismo Vertical às vezes acontecem.
- Ficar sem vida social devido a horas e horas de jogatina.
- Ter que desembolsar um caminhão de dinheiro para comprar um Playstation 3 e continuar com a saga.

Gráficos: 9,8
Áudio: 10
Jogabilidade: 10
Diversão: 10
Total: 9,95

Screenshots:

















Videos:

Introdução Legendada:



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Luta no Pégasus:



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