Introdução:

Baseado na HQ homônima (com algumas modificações), você está na pele de Jackie Estacado, herdeiro das trevas que foi tirado do orfanato quando criança pelo seu tio Paulie, um mafioso muito poderoso. Estacado era o matador profissional favorito de seu tio, porém pisou na bola com o grande mafioso e é aí que o jogo começa cheio de ação: Jackie e seus comparsas fugindo da polícia e dos capangas de seu tio Paulie em um túnel a bordo de um conversível amarelo no dia do aniversário de 21 anos (que é quando seus poderes se manifestam e ele descobre que é o herdeiro das trevas). A partir daí a trama se desenrola de uma maneira muito bem feita, deixando o jogador de boca aberta e querendo jogar cada vez mais para ver o que vai acontecer na história.

Gráficos:

Utilizando uma versão apimentada da engine do Chronicles of Riddick, o jogo desde o início surpreende visualmente. Tanto a parte artística quanto a técnica estão impecáveis, gerando uma atmosfera sombria e de horror muito bem feita, dando destaque para o design dos soldados no inferno que está completamente animal. As texturas, partículas e efeitos de iluminação estão tão surpreendentes que parecem ter saído direto de imagens de concept art e renderizações em 3D. Os tijolos, o chão, os detalhes dos objetos, as costuras na cara dos soldados no inferno, as rugas na face dos personagens mais velhos, tudo possui uma profundidade impressionante, parecendo que cada pequeno detalhe foi feito por polígonos ao invés de ter sido feito com técnicas de simulação de profundidade como bump mapping e normal mapping. Apesar de seguir um estilo sombrio, o jogo possui uma boa variedade de cenários, desde ruas escuras, estações de metro, cemitérios e abismos infernais, todos eles bem detalhados com diversos tipos de texturas. Os efeitos de sangue e dos poderes da escuridão também merecem um destaque especial, principalmente o quarto poder, o buraco negro, que suga tudo o que estiver por perto.

As animações no geral também estão surpreendentes, tudo flui muito bem e de forma muito realista. Os tentáculos quando devoram o coração das pessoas são um show à parte, há muitos npc’s, principalmente no metrô, dando um realismo incrível com tantos gestos e movimentos diferentes. Na parte das animações, a única coisa em que o jogo peca é na sincronia labial, algumas regulares e a maioria péssima. Uma pena, pois gera um certo contraste entre tanta coisa tão bem feita.

Jogabilidade:

A jogabilidade é muito divertida apesar de ser um pouco travada. Os poderes das trevas foram muito bem empregados, sendo úteis tanto na batalha quanto para abrir caminhos e seguir em frente no jogo. A física está legal, com uma boa quantidade de itens que se quebram na hora em que o pau come solto. Como o jogo é baseado nos poderes das trevas, as armas não são tão importantes como em outros first person shooters, mas o impacto que elas causam com os tiros foi feito com atenção. No jogo, para fortalecer os poderes das trevas o jogador tem que ir quebrando as lâmpadas para ficar tudo escuro e devorando o coração dos inimigos. Ao longo do jogo Estacado adquire quatro poderes em seus tentáculos:

1-
O jogador toma o controle de uma das cabeças dos tentáculos e vai rastejando para atacar os inimigos de surpresa ou para alcançar espaços estreitos onde o Jackie não conseguiria passar. A cabeça dos tentáculos fica com os olhos laranjas.

2- O jogador toma o controle dos tentáculos mais compridos e consegue destruir lâmpadas, perfurar os inimigos e levantar itens muito grandes para abrir ou criar novas passagens. A cabeça dos tentáculos fica com os olhos vermelhos.

3- Neste poder Estacado toma o controle de duas armas das trevas. Só elas são capazes de matar definitivamente os inimigos no inferno (destaque para o efeito muito interessante que a arma da mão esquerda de Jackie causa). A cabeça dos tentáculos fica com os olhos verdes.


4- O último e mais divertido poder: o buraco negro. Quando você usa, simplesmente abre um buraco negro atrás dos inimigos e todos eles e tudo que estiver por perto são sugados. A cabeça dos tentáculos fica com os olhos azuis.


Como se já não bastassem todos esses poderes, Estacado conta também com quatro Darklings, criaturas que vêm direto do inferno para atacar os inimigos de formas diferentes: Skirmisher, Gunner, Kamikaze e Lightkiler. Seus nomes são auto-explicativos.

Depois de tantas coisas boas é hora de falar de uma coisa que irrita um pouco: a inteligência artificial. Apesar de não chegar a ser ruim, pelo nível do jogo em si ela decepciona. Tanto os inimigos quanto os Darklings às vezes fazem coisas que o jogador para e pensa “o que diabos é isso?”, como na hora em que havia um inimigo parado em meu lado, de costas pra mim, gritando algo como: “Espero que você goste da comida da prisão”. Voltando às coisas boas, os loadings ficaram muito legais, estão em formato de cutscenes que mostram Estacado falando consigo mesmo a respeito de coisas que aconteceram durante o jogo.


Áudio:

Se o jogador possuir um bom sistema de áudio, o jogo ganha uma imersão incrível. O som cumpre muito bem o seu papel, diversos efeitos sonoros de cair o queixo com destaque para a voz da escuridão, feita por Mike Patton (ex-vocalista da banda Faith No More).

Conclusão:


Aliando gráficos espetaculares, animações realistas e som fantástico, The Darkness se torna um ótimo jogo, o qual todos os fãs do gênero precisam jogar. Uma pena que a inteligência artificial, a sincronia labial e a falta de side quests grandes façam o jogo perder a chance de concorrer a jogo do ano.

Prós:

- Gráficos de cair o queixo;
- Som arrasador;
- Artisticamente impecável;
- História fantástica;
- Ambientação muito bem feita;

Contras:

- Inteligência artificial abaixo do nível do jogo;
- Sincronia labial fraca;

Notas:

Gráficos: 9,8
Som: 9,5
Jogabilidade: 9,2
Diversão: 9,3
Total: 9.45

Abaixo seguem magens reduzidas para 800x600 com qualidade baixa devido ao fato de terem sido tiradas fotografando o LCD.

Imagens: