[PS2] Persona 3 [6,4]
Publisher: Atlus
Lançamento E.U.A.: 14 de Agosto de 2007
1 Jogador
Introdução
Persona 3 é o terceiro jogo da série de RPG Persona, o primeiro para o PlayStation 2.
História
Você acreditaria se alguém te dissesse que existem mais horas em um dia do que as conhecidas 24? Pois é... em Persona 3, existem, e este intervalo de tempo que se dá exatamente à meia-noite é conhecido como Dark Hour. É um momento em que todos os aparelhos que funcionam à base de eletricidade param de funcionar e todas as pessoas transformam-se em caixões. Quer dizer... nem todas as pessoas...
É aí que você entra na história, no papel de um jovem órfão japonês de 17 anos, que é transferido para o colégio Gekkoukan. Bastante atrasado em seu caminho para conhecer o dormitório em que irá morar junto com alguns estudantes do colégio, eis que o trem do metrô onde você está pára de funcionar, assim como o aparelho de música que você estava ouvindo. Então, você sai à procura da casa, mas percebe que há vários caixões nas ruas. Acha aquilo muito estranho, mas segue seu caminho até encontrá-la. Lá, é recepcionado por um garoto muito estranho (que some logo após sua conversa) e 2 estudantes, Mitsuru e Yukari, que já não esperavam que você chegasse naquele dia em virtude do horário. No dia seguinte, você é apresentado ao colégio e conhece sua turma. Descobre então que Yukari estará na sua turma, assim como o jovem Junpei, que também vive no dormitório.
Até que, em uma noite de lua cheia, um monstro ataca a cidade, e um outro morador do dormitório e também estudante do colégio, Akihiko, volta correndo para avisar os amigos sobre o perigo. Trancam a casa toda, mas o monstro está do lado de fora à espreita. É aí que você descobre o que está acontecendo... Seus novos amigos dizem que o monstro trata-se de uma sombra (shadow) e que só alguém com habilidades especiais é capaz de derrotá-lo. E você é uma dessas pessoas que possuem o potencial. Mas, para isto, é necessário “acordar” este potencial. Com a ajuda de um evoker, objeto que assemelha-se muito com um revólver, você consegue despertar este poder, chamado de Persona.
A partir daí, você se vê completamente imerso numa aventura cuja única escolha é lutar e tentar compreender o que está acontecendo ao seu redor.
Jogabilidade
Persona 3 tem como base os relacionamentos entre você e algumas pessoas. Estes relacionamentos são as chaves para a criação das Personas. Opa! Eu ainda não falei a fundo o que elas são, não é? Pois bem, uma Persona é como se fosse uma espécie de entidade, uma parte de sua personalidade. Os amigos que lutarão junto com você são especiais por terem Personas. A diferença entre você e eles é que eles são capazes de dominar apenas 1 Persona, enquanto você pode dominar qualquer uma, inclusive trocar de Persona ativa durante as batalhas.
Cada Persona possui características particulares e podem ser baseadas em elementos como fogo, água, vento e eletricidade. Algumas são mais fortes e/ou mais fracas contra ataques destes elementos, podem anulá-los, repeli-los ou até mesmo absorvê-los. O mesmo vale para ataques físicos e de luz ou escuridão.
Você inicia o jogo podendo carregar um número bem limitado de Personas ao mesmo tempo para serem utilizados nas suas batalhas, mas conforme você irá evoluindo será capaz de aumentar este número.
Agora que eu já expliquei o que são as Personas, voltemos ao assunto dos relacionamentos... durante o jogo, você irá conhecer e se relacionar com pessoas e grupos de pessoas. Conforme você cultiva ou estabelece um novo laço de amizade, que é regido por uma carta do tarô, torna-se capaz de aumentar o poder que você tem de criar Personas deste tipo (ou Arcana). É possível adquirir o controle de Personas de 2 formas: ao final de batalhas ou fundindo 2 ou mais Personas. É bom tomar cuidado para não deixar um de seus amigos irritados, do contrário, terá que fazer algum esforço para reatar a amizade.
Ainda sobre os relacionamentos, alguns deles só serão possíveis de serem iniciados de acordo com seus pontos de coragem, estudo e charme. Estes pontos podem ser obtidos estudando, divertindo-se, alimentando-se e de algumas outras maneiras.
Grande parte das batalhas do jogo trava-se em um local chamado Tartarus, uma torre que aparece apenas durante a Dark Hour. Após escolher os amigos que entrarão na party para explorá-la, você entra em seus andares e começa a explorar. Os inimigos, as Shadows, ficam caminhando pelos andares, que também possuem baús com itens e armamentos. Se uma Shadow te vir, vai correr em sua direção, e se te atacar pelas costas, a batalha começará em desvantagem para você (os primeiros ataques serão das shadows). Por outro lado, se você der uma espadada sem que a shadow te veja, a vantagem na batalha será sua.
O sistema de batalhas é o ponto forte do jogo. Se você acertar o seu inimigo com um golpe que seja o ponto fraco dele, ele fica “nocauteado” e você terá o direito a atacar novamente (o mesmo inimigo ou qualquer outro). Isto funciona de forma cumulativa. Por exemplo, se estiver lutando contra 4 inimigos e acertar o primeiro com seu ponto fraco, terá a chance de acertar o segundo inimigo também com seu ponto fraco, e assim por diante até o último. Se todos os inimigos estiverem nocauteados, você terá a opção de fazer um ataque físico em conjunto com todos os membros da party em todos os inimigos. Por outro lado, se um inimigo acertar você ou qualquer outro personagem de sua party com seu ponto fraco, ele também continuará a sua rodada. Qualquer um que esteja nocauteado perde a próxima rodada. Porém, ao acertar um inimigo que está nocauteado, ele voltará a ficar de pé. O mesmo vale para os membros de sua party. Além disso, existem também as comuns magias de envenenar, amedrontar, paralisar etc.
Como dito anteriormente, é possível trocar de Persona ativa durante as batalhas quantas vezes quiser. A única limitação que há é que só poderá ser feita uma troca a cada rodada. De qualquer forma, é possível visualizar as características de cada Persona que você possui disponível antes de fazer a troca.
Alguns inimigos são muito apelões, mas muito apelões mesmo. Outro ponto fraco das batalhas, pelo menos do meu ponto de vista, é que você não controla os demais personagens de sua party. A única coisa que você pode fazer é utilizar o menu de táticas e ajustar como cada um deles deverá se portar durante as rodadas (atacando sem se preocupar em dar suporte, curar, atacar um determinado inimigo, atacar um inimigo caído etc). Isto dificulta o jogo, pois é muito difícil o personagem de sua party agir de forma a deixar todos os inimigos nocauteados e assim facilitar a sua vida. Suponha que existam 3 inimigos cujos pontos fracos sejam eletricidade e esteja na vez do Akihiko, cujo poder é a eletricidade. Ele utiliza um golpe elétrico no primeiro inimigo e o nocauteia, tendo mais um ataque. Em vez de dar um golpe elétrico em outro inimigo, ele o faz no mesmo ou dá outro tipo de ataque, perdendo a seqüência. Isto é extremamente irritante.
Ao final de algumas batalhas, dependendo de sua performance, você poderá escolher uma carta do baralho. Dentre as cartas, você poderá ser recompensado com dinheiro, armamentos, vida, ou até mesmo com uma nova Persona.
O sistema de saves é feito através dos checkpoints. Existem apenas dois deles: no dormitório e na torre Tartarus.
Gráficos
Os personagens principais de Persona 3 são bonitos, bem coloridos e carismáticos. Eles não ficam sempre com as mesmas roupas e os uniformes do colégio mudam de acordo com as épocas do ano. Nos finais de semana, por exemplo, os personagens ficam com roupas mais descoladas.
Os inimigos também são muito bem desenhados. Porém, seguem aquele carma dos RPG’s em que pega-se um inimigo como base para outros, alterando apenas alguns detalhes em sua cor, de forma a aumentar a diversidade deles.
Os cenários do jogo, como o colégio, o shopping e as praças, são poucos e bem pequenos. Porém, são bonitos e bem coloridos, com traços bastante simpáticos e divertidos. As iluminações e alguns detalhes dos locais também mudam de acordo com as épocas do ano. Tal iniciativa é bastante bem-vinda, uma vez que a quantidade de localidades é mínima, amenizando assim a repetitividade.
Já na torre Tartarus, que é onde você passará a maior parte do tempo lutando e "upando", a repetitividade nos gráficos chega a ser terrível. Tá certo que não é algo que acabe comprometendo a jogabilidade, mas não há nenhum detalhe nos labirintos (como poderá ser visto nas imagens e nos vídeos abaixo). A cada área da torre, há um estilo de gráfico padrão que vai se repetindo até o seu fim.
Animações
As animações dos personagens são muito bonitas e caprichadas. Mas o ponto forte delas está mesmo durante as batalhas. As animações dos golpes dos personagens são bem legais, especialmente dos combos. Porém, o destaque das animações está mesmo é nas Personas e suas magias, que são realmente bonitas de um modo geral.
Existem algumas animações no estilo anime durante o jogo. São poucas, mas bem bonitas. O grande porém destas animações é que não há legendas e, para quem tem dificuldades para entender o Inglês falado, pode acabar se perdendo um pouco e se chatear por boiar no que está sendo contado.
Som
A trilha sonora de Persona 3 é boa num modo geral, porém muito repetitiva. As músicas que se destacam começam a surgir mais para o final do jogo ou então nas batalhas mais importantes.
Assim como os gráficos da torre Tartarus são repetitivos e mudam apenas a cada área, a trilha sonora também. A música é sempre a mesma em todas as áreas, mas possui algumas variações de área para área, como uma batida a mais que entra, um som mais diferenciado etc.
Os efeitos sonoros são bacanas, mas não possuem nada de sensacional. É notável a diferença de som em alguns golpes dados pelas Personas, como por exemplo entre ataques de eletricidade fraco, médio e forte. Os sons dos menus também são legais. No mais, Persona 3 não possui tantos efeitos sonoros assim. Eles são mais notáveis mesmo é durante as batalhas.
A dublagem dos personagens tem altos e baixos. Algumas são muito boas, e outras são realmente ruins. Não é incomum deparar-se com um diálogo no qual as emoções necessárias a um acontecimento não são passadas pela dublagem, que algumas vezes não passa de uma "leitura de texto com alguma entonação".
Conclusão
Persona 3 é repetitivo demais, em gráficos, trilha sonora e jogabilidade, sendo salvo pela história e pelo modo de batalhas, que é realmente interessante.
Persona 3 pode ser definido como um jogo do tipo "ame-o ou deixe-o", e se for deixá-lo, que decida fazer isto logo, pois o jogo é longo e o esquema será sempre o mesmo, sem nenhuma reviravolta. Largue-o antes das 6 horas de jogo ou vá até o fim de suas 80-90h de jogo em média.
Notas:
Gráficos: 8,0
Som: 5,5
Jogabilidade: 7,0
Diversão: 5,0
Total: 6,4
Pontos fortes:
História;
Sistema de batalhas muito interessante;
Animações;
Relacionamentos.
Pontos fracos:
Repetitivo ao extremo;
Os personagens de sua party muitas vezes não agem da forma como você gostaria;
Alguns inimigos são apelões demais;
Ausência de legenda nas cut-scenes;
Dublagens sem muita empolgação.
Screenshots:
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