The Last Remnant
RPG’s japoneses para PC não são mais algo que se costuma ver freqüentemente. The Last Remnant é uma das raras exceções, jogo criado originalmente para Xbox 360 pela Square Enix e que foi bastante criticado, principalmente devido a seus terríveis problemas técnicos. O jogo em seguida é lançado para PC, corrigindo vários problemas e adicionando alguns novos recursos à jogabilidade.
Jogabilidade
The Last Remnant pode parecer apenas um Final Fantasy e, de fato, herda algumas características, como as batalhas por turnos, mas se diferencia principalmente devido ao seu sistema de batalha. Em The Last Remnant, elas focam no grande número de unidades. Para facilitar o gerenciamento de várias unidades de uma vez, é criado o sistema de unions. Um union é um grupo com várias unidades, em que cada ordem dada a um union vale a todos do grupo. Por exemplo: você seleciona uma ordem que permite atacar e curar ao mesmo tempo. Então, os integrantes da union que são capazes de usar técnicas de cura, irão curar, enquanto os outros integrantes atacam. Mas você não tem sempre muita liberdade com as ordens. Por exemplo: se você usar uma ordem que faz com que uma union ressuscite outra union morta, não há como escolher qual union você quer trazer de volta, caso você dê prioridade para alguma.
Como o jogo foca em batalhas com várias unidades, muitas das suas unidades devem ser contratadas e não possuem ligação alguma com a história, apenas aparecendo nas batalhas.
Quando se dá ordem a uma union, você deve esperar todos os integrantes fazerem suas ações. Para evitar que o jogador fique parado assistindo por muito tempo, em alguns momentos é necessário que você aperte uma tecla rapidamente na hora de atacar ou para efetuar um contra-ataque, mas se você não gosta desse tipo de recurso ou não consegue fazê-los rapidamente, é possível colocá-los para serem resolvidos automaticamente (mas ainda havendo uma pequena chance do jogo “errar” propositalmente).
As batalhas também não acontecem aleatoriamente como nos Final Fantasy antigos. Você pode ver e evitar todos os inimigos, mas se você chegar muito perto deles, eles irão correr até você e iniciar a batalha (parecido com a série Chrono), o que dará vantagem a eles (normalmente atacarão primeiro). Por isso, eu recomendo sempre que você inicie a batalha caso queira lutar.
The Last Remnant não possui o famoso “Level”, mas possui o bizarro “Battle Rank”. O Battle Rank não é como o Level, ele não aumenta conforme você ganha experiência e aprende novas habilidades. Ele aumenta com a quantidade de inimigos que você derrota, e até aí não haveria problema se o Battle Rank não tivesse ligação direta na dificuldade das batalhas contra chefes do jogo. O que o Battle Rank parece tentar fazer é “balancear” o jogo, mas acaba apenas atrapalhando as coisas, pois se você possui um Battle Rank muito elevado para um determinado momento do jogo, você irá notar que as batalhas contra chefes ficarão difíceis (e algumas vezes praticamente impossíveis), o que obriga você a tentar ganhar experiência derrotando inimigos ou fazendo side quests, mas tendo consciência que se você aumentar demais o Battle Rank, a batalha poderá ficar ainda mais difícil. Por isso, não é bom perder tempo lutando contra monstros fracos ou apostar muito em batalhas desnecessárias ao decorrer do jogo.
Falando em batalhas contra chefes, elas normalmente acontecem com a unidade principal (o chefe) e mais algumas unions ao seu lado o defendendo. Na maioria das vezes, o melhor a se fazer é se livrar das outras unions antes de encarar o chefe em si. Uma boa habilidade a se ter disponível em momentos desse tipo é o Gae Bolg, um canhão que elimina instantaneamente praticamente qualquer union comum da batalha, deixando você livre para enfrentar apenas o chefe. Mas apesar de estar disponível desde o início do jogo, não é uma opção que se encontra disponível com muita freqüência. Também existem algumas outras habilidades como o Omnistrike e o Lugh’s Revenge (só é aprendida bem mais tarde no jogo), além dos clássicos Summons.
Outro recurso muito bem-vindo é o Turbo Mode, que acelera consideravelmente as batalhas, o que é excelente quando se quer passar de uma batalha rapidamente ou lutar apenas para ganhar experiência (e Battle Rank).
Assim como praticamente qualquer RPG, você também pode juntar dinheiro para comprar novas armas, armaduras, itens necessários para efetuar ataques místicos, vender itens desnecessários e criar e modificar armas. Vale mencionar que os itens que você compra só podem ser equipados a você, enquanto todos os outros membros trocam seus próprios itens naturalmente ao decorrer do jogo ou podem lhe pedir algum item que você não esteja usando, cabendo a você escolher se dá a eles ou não (caso sim, não tem volta). Apenas os itens utilizados para efetuar ataques místicos que podem ser usados por todos os membros, caso ele conheça alguma habilidade que use aquele item.
Nota: 8.0/10
Gráficos
The Last Remnant utiliza a Unreal Engine 3, famosa engine presente em vários jogos atuais, que normalmente produz excelentes gráficos e sem muito peso. Mas parece que aqui a engine não foi muito bem aproveitada. The Last Remnant não possui gráficos muito atraentes e, além disso, é um pouco pesado. As cidades, apesar de serem dividas em trechos bem pequenos, são bem produzidas e cada uma possui seu estilo. Já os cenários externos pecam muito em detalhes, muitos parecem apenas extensas planícies feitas sem inspiração (com algumas raras exceções). Algumas animações também são fracas, enquanto outras, presentes em algumas cutscenes, são extremamente bem produzidas e que dão gosto de se assistir. Nas batalhas é possível notar slowdowns em algumas situações, mas não são tão fortes e não chegam a arruinar a experiência, mas não há grandes motivos para isso acontecer.
O jogo também só suporta o formato widescreen 16:9, o que já virou uma tendência que parece que a maioria dos jogos está seguindo, mas serve de alerta para quem não possui um monitor nesse formato e não gosta de faixas pretas.
Nota: 6.5/10
Áudio
O áudio de The Last Remnant é composto por uma excelente e variada trilha sonora. Muitas cenas do jogo são carregadas de emoção com ajuda da trilha sonora que se encaixa a cada momento. As batalhas possuem diferentes tipos de músicas que podem mudar dependendo da situação, o que evita que o jogador enjoe de ouvir sempre a mesma música em todas as batalhas ao longo do jogo. Os efeitos sonoros também são ótimos e fortes. Já a atuação nas vozes não é sempre muito boa, pois não é difícil achar algum personagem com uma voz um pouco irritante ou que force um pouco na hora de demonstrar algum tipo de emoção. Mas, em geral, as vozes cumprem seu papel. Vale mencionar também que nem todos os diálogos são dublados, apenas os da história principal, enquanto os das side quests e alguns outros diálogos “menos importantes” devem ser lidos.
Nota: 8.5/10
Conclusão
The Last Remnant é um RPG que vale a pena ser experimentado. Mas não é um jogo para qualquer tipo de jogador e sua dificuldade extrema em alguns casos o faz ser recomendado apenas para jogadores pacientes e fãs do gênero. Mas o problema é: o PC não costuma receber RPGs japoneses há um bom tempo e, devido a sua complexidade, The Last Remnant não é exatamente o jogo ideal para os jogadores começarem com o gênero.
Jogabilidade: 8.0
Gráficos: 6.5
Áudio: 8.5
Diversão: 8.5
Média: 7,9
Pontos positivos:
- Excelentes efeitos e trilha sonora, com grande variedade de músicas de batalhas.
- Batalhas são divertidas de se jogar e assistir quando não frustrantes.
- Função Turbo Mode permite acelerar as batalhas.
Pontos negativos:
- As batalhas contra chefes podem se tornar extremamente difíceis dependendo do seu Battle Rank.
- Gráficos dos cenários abertos e algumas animações são muito fracas e com falta de detalhes.
- Um pouco pesado, considerando os gráficos não muito avançados e o uso da Unreal Engine 3.
- Suporte apenas ao formato 16:9, assim como vários jogos atuais.
Requisitos mínimos:
SO: Windows XP SP2 / Vista SP1
CPU: Core 2 Duo / Athlon 64 x2 (2Ghz)
RAM: 1.5Gb
VGA: GeForce 8600GT 256Mb
HD: 15Gb livres
Requisitos recomendados:
CPU: Core 2 Duo ou Athlon 64 x2 (2.4Ghz)
RAM: 2Gb
VGA: GeForce 8800 512Mb
Imagens:
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