08.02.2008
Foi apresentada nesta semana a mais recente visão artística do projecto LAPCAT, (Long-Term Advanced Propulsion Concepts and Technology) mostrado pela empresa britânica «Reaction Engines».
O projecto, que é co-financiado pela União Europeia, através de uma participação da ESA, Agencia Espacial Europeia, que pretende dar maior credibilidade e sustentação ao projecto.
Neste momento, a possibilidade de voos sub-orbitais é apenas uma possibilidade, mas o investimento feito pela União Europeia é uma indicação de que esta via é encarada com seriedade por parte da Agência Espacial Europeia.
Com um design completamente revolucionário e dimensões que o transformam no mais longo avião do mundo, o Lapcat poderá viajar desde Bruxelas até Sidney na Austrália em cerca de quatro horas ou efectuar uma ligação entre Lisboa e o Rio de Janeiro em menos de duas horas, quando hoje a viagem fica em cerca de 9 horas.
O seu comportamento será em tudo idêntico a uma aeronave convencional actual. Ele viaja a velocidade subsónica até ficar sobre o oceano e só nessa altura acelera até uma velocidade que pode superar MACH 5, ou seja, cinco vezes a velocidade do som.
Com 143 metros de comprimento, muito mais longo que o actual Airbus A-380, o A-2 Lapcat é propulsionado por quatro motores que funcionam com hidrogénio liquido, que tem a vantagem de não ser poluente pois o único sub produto da combustão é água.
O projecto é apenas embrionário e neste momento vai-se iniciar um estudo que deverá durar três anos, período de tempo em que deverá ficar estabelecida a viabilidade dos motores de hidrogénio liquido como propulsor de aeronaves comerciais.
Por razões relacionadas com a resistência dos materiais, a aeronave não poderá ter qualquer janela, embora mesmo hoje isso não constitua qualquer problema dado que a maioria das aeronaves comerciais pode operar com piloto automático.
Quem sentirá mais diferenças serão os cerca de 300 passageiros, que deixarão de ter janelas para ver as nuvens. Em principio elas poderão ser substituídas por painéis LCD que deverão dar aos passageiros a impressão de paisagem, com imagens recolhidas por sensores resistentes à alta velocidade.
Embora a velocidade a que o projecto se propõe chegar pareça irrealista, na verdade isso também ocorreu quando no final dos anos 50 se começou a pensar na possibilidade de uma aeronave comercial capaz de atingir duas vezes a velocidade do som. O Concorde só chegaria aos aeroportos quase trinta anos depois, embora não tenha sido um sucesso comercial.
A questão comercial também foi considerada pelos projectistas, pois para já eles provaram no papel que o conceito funciona e considerando os custos, os preços dos bilhetes nesta aeronave serão idênticos aos preços da actual classe executiva na maior parte das transportadoras.
As linhas aéreas utilizariam esta aeronave para voos de executivos e de transporte rápido, em que a necessidade de poupar tempo é da maior importância.
Um executivo europeu, pode trabalhar durante a manhã em Londres, pegar o avião ao meio dia para chegar a Nova Iorque antes às 08:30 da manhã, almoçar às 12:00, pegar o avião de volta às 14:00 e chegar a Londres às 20:30, ou seja ao fim da tarde do mesmo dia.
Esse tipo de capacidade, é da maior importância para as empresas e pode ser suficiente para conseguir encomendas entre as principais companhias aéreas.
Junto com a rapidez, o projecto permite ainda um alcance de 20.000km sem reabastecimento. A possibilidade de transformar uma aeronave deste tipo em aeronave militar, poderia revolucionar os actuais conceitos sobre capacidade aérea e capacidade de projecção de força.
Mais rápido que os mais rápidos mísseis anti-aéreos e voando mais alto que eles, uma aeronave deste tipo poderia sair de qualquer base por exemplo na Grã Bretanha e atacar alvos até 8.000 a 10.000km de distância, com 20 a 30 toneladas de armas, voltando de volta para a base sem ser reabastecida.
Tendo já sido estabelecido que o melhor combustível é o hidrogénio, o projecto durante a próxima fase vai igualmente analisar a possibilidade de atingir velocidades ainda maiores que MACH 5. Segundo os técnicos, é teoricamente possível atingir até oito vezes a velocidade do som.
http://www.areamilitar.net/noticias/...aspx?NrNot=502
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