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Pirataria contorna tecnologia antifraude em CDs
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O chamado "jeitinho brasileiro" parece que encontrou um antídoto contra o que prometia ser o fim da pirataria de CDs, que segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos chegou a 50 % no ano passado.
Camelôs do Rio de Janeiro desafiam a tecnologia internacional e estão vendendo em bancas falsificações de CDs que seriam a prova de cópias.
A reportagem da Reuters percorreu três pontos do Rio de Janeiro de grande concentração de ambulantes: avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul, Mercado Popular na Rua Uruguaiana, no Centro, e a Praça Araribóia, em Niterói-Grande Rio. Em todos encontrou cópias desses CDs com a nova tecnologia sendo vendidos livremente, sem repressão de Guardas Muncipais, que estavam próximos.
O retorno da banda Paralamas do Sucesso, após a recuperação do vocalista Herbert Vianna, foi usado pela Gravadora Emi-Odeon para anunciar o que parecia ser o fim desse crime no país. A tecnologia está sendo aplicada com eficácia nos Estados Unidos e na Europa.
O CD "Longo Caminho", que segundo a assessoria da gravadora já vendeu 250 mil exemplares, apresenta um aviso na contracapa que garante que o álbum é a prova de cópias digitais. Junto, a Emi também está lançando os álbuns "Exaltasamba ao Vivo" e "Qu4tro" da Banda Natiruts, com o mesmo dispositivo.
Mas o aviso não intimida os falsificadores. Ousados, eles reproduzem até mesmo a advertência impressa na capa original, que diz.
"Esse álbum contém tecnologia que inibi cópias pessoais digitais. A tecnologia inserida não comprometerá sua execução na maioria dos equipamentos reprodutores, bem como na maioria dos computadores pessoais. Denuncie pirataria."
Numa média de preços em lojas do Centro do Rio, o lançamento dos Paralamas sai por 30 reais. Por apenas 10 reais a reportagem da Reuters adquiriu os três novos CDs da Emi na movimentada Praça Araribóia, em frente à estação das Barcas, na Cidade de Niterói, do outro lado da Baia de Guanabara que após às 18h ficam livres da fiscalização.
"GARANTIA" DOS PIRATAS
Um camelô, que não quis se identificar, fornece como garantia aos compradores um carimbo com um símbolo, que afirma ser o seu "código de garantia".
"Com esse carimbo os meus fregueses podem trocar o produto se apresentar problema. Não implantamos isso por causa desse anuncio dos Paralamas (Emi), fazemos isso com todos os CDs que vendemos, é a nossa garantia de qualidade. Mas até agora, ninguém veio trocar o dos Paralamas", afirmou.
Sem querer revelar como foi burlada a tecnologia antipirataria, o ambulante disse que o CD vem direto da fábrica, sem revelar onde é feita a pirataria ou como ela chega até as bancas.
O vice-presidente de marketing da Emi, André Matalon, em entrevista por telefone reconheceu que a tecnologia não é totalmente a prova de pirataria.
"Trata-se de um software no CD que não permite a confecção de cópias digitais. No entanto, cópias analógicas continuam sendo possíveis. Ou seja, a matriz destes CDs piratas têm realmente qualidade inferior aos nossos legítimos, portanto, o bom apreciador de música deve recusar-se a adquirir um ilegal", disse Matalon.
A qualidade do som foi defendida por uma consumidora, a comerciária Maria da Glória Costa que comprava numa banca em Niterói.
"Sou fã do Herbert. Não tenho dinheiro para comprar o original. O jeito foi comprar aqui. Já levei no início da semana e hoje estou comprando o do Exalta Samba. O som é o mesmo do original. A única desvantagem é que a capa é feia e não temos as letras. Mas toca direitinho", afirma a consumidora.
ORIGINAL QUE NÃO TOCA É VISTO COMO CASO ISOLADO
Se nos camelôs o CD pirateado toca em aparelhos alimentados por gambiarras improvisadas que usam energia da iluminação pública, algumas pessoas que compraram o CD original não conseguem ouvi-los, principalmente em aparelhos de carros e computadores.
Como um "feitiço que parece virar contra o feiticeiro", a gravadora está recebendo reclamações de consumidores.
O vice-presidente de marketing da EMI afirma que são casos isolados. "Temos perto de um milhão de CDs fabricados e até agora as reclamações não chegaram a 12 pessoas. Em todos os casos trocamos os CDs. Em minha opinião não acho que tenhamos um problema se fizermos o cálculo de porcentagem das reclamações (menos de 0,01%). De qualquer forma estamos analisando estas reclamações para melhorar ainda mais a tecnologia".
Admitindo as falhas, a Emi promete aperfeiçoar o sistema com os próximos lançamentos e acredita que medidas como esta sejam adotadas também pelas concorrentes.
"Como qualquer nova tecnologia, ela está sempre em desenvolvimento e uma nova versão mais aperfeiçoada nos próximos meses. Será em todos os novos lançamentos nacionais e em praticamente todos os internacionais. Os masters dos produtos internacionais estão gradativamente vindo do exterior já com essa tecnologia implementada e nós somente reaplicamos. Acredito que cada gravadora deverá introduzir o seu sistema anticópia em um futuro próximo", disse Matalon.
As principais concorrentes da Emi, a Universal Music e BMG, foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até o fechamento dessa matéria.
(Luiz André Ferreira, especial para a Reuters)
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