A Queda do Morcego – A Vitória de Bane |Resenha
Quem disse que o Batman não pode ser derrotado?
Queda do Morcego (Knight Fall nos EUA) surgiu nos anos 90, numa época que a indústria dos quadrinhos passava por uma crise de vendas. Para atrair novos leitores, a DC Comics resolveu fazer grandes mudanças nas suas histórias e personagens, como a morte do Superman e Aquaman se tornar alguém amargo depois de ter uma das suas mãos devoradas. Batman não fugiria a regra e teve uma grande mudança que será explicada nessa resenha.
Os responsáveis pelo roteiro foram Chuck Dixon (Punisher: Kingdom Gone) e Doug Moench (Batman Contagion). Desenhos feitos por Jim Balent (Mulher-Gato), Jim Aparo (Justice League of America #200) e Graham Nolan (The Phantom: The Graham Nolan Sundays ). E arte final por Scoot Hanna, Tom Mandrake e Bob Wiacek.
A história é uma continuação de Liga da Justiça & Batman, porém não interfere na leitura dessa saga que durou praticamente dois anos.
Bruce Wayne já dava sinal de cansaço tanto físico quanto mental, sem poder ter um descanso decente, o herói lutava contra o crime que havia aumentado na cidade, por ter tido a redução do efetivo policial.
As coisas começam a piorar com o surgimento de Bane.
Nascido e criado na ilha-prisão chamada Santa Prisca, ele era temido e respeitado pelos outros detentos, se tornando uma lenda no cárcere. Por desafiar diversas vezes o diretor do local, foi escolhido para ser a cobaia de um experimento de uma droga anabolizante, Veneno, para ser usada na criação de super-homens. Bane sobreviveu ao experimento e fugiu da prisão, indo diretamente para Gotham para dominar o submundo da cidade.
Para conseguir completar seus planos, primeiro precisava derrotar o grande herói, o que não seria uma tarefa fácil, no entanto, o vilão notou os problemas que Batman passava e assim, num ato de ousadia, solta todos os grandes vilões do Asilo Arkham, fazendo a cidade se afundar em grande caos.
E aí começa “A Queda do Morcego”, de um lado está o Batman a beira de um colapso e do outro está Bane esperando o momento certo para dar o último ataque.
Nesse primeiro volume vemos quase todos os vilões principais do herói: Coringa, que se juntou com o Espantalho, Hera Venenosa, o Crocodilo e o Charada. Juntamente com seu parceiro, Robin, Batman tenta capturar cada um deles, somente tendo sucesso com alguns.
E somente nas ultimas páginas, que Batman descobre o plano pelo próprio vilão que invade a mansão Wayne, revelando que também sabia a identidade do herói. Mesmo sem condições, Batman luta, mas é facilmente derrotado. Não querendo somente o derrotar, o grande vilão resolve também humilhar o grande herói.
É nesse volume que temos a famosa cena de Bane quebrando a coluna do Batman.
Uma curiosidade: Essa HQ foi uma das que inspirou Christopher Nolan para o último filme da trilogia, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (The Dark Knight Rises), juntamente com as HQs “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (The Dark Knight Returns) e “Terra de Ninguém” (No Man’s Land). Diferente do quadrinho, no longa o responsável por trás do plano é Talia al Ghul, filha de Ras al Ghul, vilão do primeiro filme.
Para quem quer conhecer o passado de Bane, esse primeiro volume só nos mostra um vislumbre, porém durante o arco “A Queda do Morcego” explica todos os detalhes do passado do personagem e explica sobre a droga, e mostra também que Batman ainda é um ser humano com seu limite como qualquer um. “A Vitória de Bane” é envolvente, intrigante, violento e inteligente, tudo que gostamos nos quadrinhos do Batman, nos prendendo de um jeito que nos faz querer ler o restante da saga e descobrir como esse grande vilão vai ser derrotado e se Bruce Wayne vestirá novamente o manto do cavaleiro das trevas.
Uma coisa que nós leitores aprendemos é que as melhores mentes podem ser ultrapassadas e que Batman não é o herói invencível.