Entrevista com Irmãos Piologo na Guaru Game Fest

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O evento Guaru Game Fest teve como uma das atrações principais os Irmãos Piologo, criadores do Mundo Canibal e hoje em dia do canal no Youtube Irmãos Piologo Games, os quais estavam presentes para falar de suas carreiras, trabalhos como o “Avaiana de Pau” e “Partoba” , e ainda fazer aquela zoeira básica com quem estivesse presente.

No fim da apresentação, eles vieram com a nova onda deles, As duas vítimas da vez foram João e eu, que tivemos nossas madeixas raspadas com o mais puro glamour e a mais pura arte da zoeira dos dois irmãos, até porquê como diz o slogan deles “Nós não somos humoristas, nóis é zueiro”.

Após a apresentação, eles se dirigiram ao auditório para uma sessão de fotos e autógrafos (lê-se mais zoeira sem limites) com todos (e não eram poucos), em sua maioria crianças e adolescentes, os quais eles fazem questão de recebê-los com “carinho e paciência”, E mesmo eles tendo que cair na estrada para partir pra outro compromisso, conseguimos uma entrevista exclusiva com os irmãos Ricardo e Rodrigo:

Pedro Lourenço: O que vocês faziam antes de começar a desenhar, já que vocês falaram (na apresentação) que desde o início vocês queriam desenhar? Se vocês fizeram alguma coisa antes disso?

Rodrigo Piologo: Cara, não. Eu pelo menos sempre desenhei. Lógico, a gente trabalhou numa agência de publicidade, mas eu já desenhava antes disso.

Ricardo Piologo: A gente estava muito focado em fazer isso com desenho. Lógico que tinha trabalho, em uma época eu trabalhei numa concessionária de automóveis, só que no tempo livre eu me dedicava ao desenho. Aí depois fui pra uma agência, onde estava mais adaptado, mais dentro do que eu queria fazer, mas a gente sempre estava focado pra esse lado. Então assim, lógico no começo, nesse negócio de Youtube, a gente tinha um emprego, pra bancar e fazer as coisas, mas a gente sempre ficou focado nisso, trabalhava durante o dia e a noite mandava ver nas coisas que a gente realmente queria trabalhar. Então, se você quer, vá atrás do seu sonho.

João Machado: Como foi essa transição entre largarem um emprego que vocês tinham antes pra se dedicar totalmente ao site?

Ricardo: Foi até esquisito. No começo foi, porque quando começou a pagar as contas, estava bom, não precisava fazer mais nada, já dava pra fazer o que eu gostava, estava bom. Só que aí, como a gente estava no começo e estava em casa, era meio esquisito ter q acordar e ter só que fazer aquilo. Parecia até que estava sendo vagabundo. Mas na verdade não, depois acostumou e aí sim, porque a gente é muito regrado. A gente acorda todo dia oito horas da manhã e para seis da tarde, parece que ali é uma zona mas a gente leva a coisa a sério, porque é divertido.

Rodrigo: Quando você é o seu próprio chefe, se você não se cobrar também, vira um relaxo, você não faz p@#$orra nenhuma.

Ricardo: Geral pensa que a gente trabalha o dia inteiro de cueca tomando cerveja. Não dá pra fazer isso. Gostaria, mas não dá pra fazer isso.

Rodrigo: Quando a gente tá viajando, dá pra tomar uns goró e fazer uma zueira, mas no dia-a-dia não dá.

Pedro: E como é que é feita essa divisão? Os dois desenham, os dois programam? Antes tinha o pessoal da Fábrica de Quadrinhos, vocês faziam tudo junto?

Rodrigo: Na verdade sempre foi nós dois. Essa parte de animação sempre foi eu e Ricardo, sempre desenhei e colorizei, o Ricardo edita, sonoriza, sempre foram os dois e sempre foi bem divido. Então na verdade só mudou o nome do canal, e o trabalho continua sendo o mesmo, os dois continuam fazendo a mesma coisa.

Ricardo: Agora divisão de dinheiro, fica 75% pra mim rs.

Pedro: E essa transição de vocês pra começar o canal no Youtube, pra depois passar pro canal de games, a parceria com o Pipipitchu e como foi?

Ricardo: O Games (Irmãos Piologo Games), foi o Rodrigo que queria fazer um negócio de games fazia tempo. A gente nem sabia que estava pegando esse negócio no Youtube. O Rodrigo queria fazer uma coisa muito gameplay e eu falava que não, porque todo mundo fazia aquilo e ia ser uma coisa meio besta ficar lá só fazendo gameplay, tinha que ter uma coisa com a nossa cara. E aí foi quando um dia eu falei: “Liga essa p@#$rra. Já que vai fazer, liga essa câmera, e a gente vai falar o que a gente acha e f@#$oda-se”. E aí começou nisso.

Rodrigo: Na verdade, tudo que a gente faz é meio que automático. Vai acontecendo, não é muito planejado, “agora vou fazer… um canal de culinária, que tá bombando”. Não, as vezes sai uma zueira que fica engraçado e a gente vai dando continuidade.

Ricardo: A gente só viu que estava bombando o negócio de games quando a gente começou a fazer o nosso, e os cara falava “você viu o canal de não sei quem”, “canal de não sei quem, como assim?”, aí a gente começou a entrar em mundo, “tem um monte de canal de games, você já viu?”. Só os retardados aqui que não sabiam que tinha.

Diego Lima:  Mas é o diferencial, se vocês fizessem igual aos outros seriam mais um,

Ricardo: O Duda (Pipipitchu) a gente acabou conhecendo nesse meio que a gente começou a fazer um site específico pro Games e precisava de alguns parceiros pra ajudar, e ele foi o que mais tinha a nossa cara. E agora a gente abriu o canal Irmão Piologo Games separado, porque se não dentro do canal principal ia ficar muito esquisito só games e games, ia precisar ter toda hora, até porque se não os caras iam falar “agora f@#$udeu, só tem games”, então fica separado e tá indo bem… assim, tipo milhôes.

Rodrigo: É milhôes por mês. 20 milhôes por mês.

Pedro: Pode entrar numa parcela dessa?

Rodrigo: Quer um milhão? Eu ando com um milhão no bolso.

Ricardo: Como a gente vinha pra cá, a gente pegou um milhão. Pq se precisa em uma emergência.

Rodrigo: Tem pedágio, gasolina, aí eu acho que 1 milhão eu acho que dá.

Pedro: E outra coisa que a gente viu é a paciência que vocês tem com a criançada, com o público, com tudo, como é isso? Como vocês lidam com isso, se tem alguém que já extrapolou, se vocês já se estressaram com alguém?

Rodrigo: Cara na verdade não. A gente, como acho que vocês perceberam aqui, é assim com todo mundo. Sou assim com meus amigos, sou assim com as pessoas. Eu acho que o que a gente não gosta é quando a pessoa não é o que ela é. Porque cara, não porque eu estou fazendo sucesso ou não que eu vou ser uma pessoa diferente. Eu não entendo isso, porque as pessoas tem isso na cabeça “agora eu tenho que ser tratado com regalias”. Não, vai tomar no c@#$ú.

Ricardo: E eu acho que esse jeito que a gente tem de tratar a molecada, até quando a gente vai na BGS (Brasil Games Show), a gente entra, não precisa de segurança, a gente vai entrando e eles que até de certa forma já respeita. A gente brinca, que dão aquelas gritarias, aquelas coisas, que é uma maneira de se aproximar deles que tem evento que não dá pra conversar com todo mundo. Então essa bagunça acaba que o cara “pô, eu vi, eu cheguei perto”. É uma maneira que a gente tem de tentar o máximo possível ficar com a galera. Com amor no coração e passar a gente chuta.

Rodrigo: E se encher o saco leva um chute na cara.

Pedro: E em nome da Games Brasil a gente agradece.

Confira abaixo o áudio de nossa entrevista:

 

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